um fim - ou a falta dele

terminei o trabalho com um dos grupos de vocacional;

deram conta de ser uma coisa que não pensei nem perspetivei inicialmente;

ao princípio perguntava(me) o porquê de ali estarem;

não aparentavam (vou pelas ideias) ser alunos de vocacional; na generalidade respondiam às propostas, não havia empenho por aí e além, mas eram corretos, nada de confusões, barulhos, indisciplina, longe disso;

sinceramente questionava-me sobre o que ali estariam a fazer;

progressivamente percebi;

nenhum dos alunos (são 20) faz ideia do que por aqui  anda a fazer, pela vida e pelo planeta;

nenhum tem ideias, nem claras nem escuras sobre o seu futuro, o que gosta, o que o motiva ou implica, ou o que faz com que saia da cama com vontade e disponibilidade para mais um dia;

nenhum aluno tem objetivos de curto, menos ainda de médio prazo e o longo prazo é uma estrela negra nos confins do universo;

não são dificuldades de aprendizagem, que não identifiquei na disciplina e na relação que mantivemos, é mesmo a marca muito caraterística definida por aquilo que designo de santa trindade, desinteresse, indiferença e do alheamento

é a ausência de objetivos pessoais, a falta de um sentido individual que os demove e faz com que não tenham resultados escolares;

contudo, as preocupações predominantes são as conformidades administrativas, o preenchimento das plataformas e grelhas, a recuperação de faltas, os preceitos do dossiê pedagógico;

o aluno? enfim, lá hão de dar em algum lado, algum dia...

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