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A mostrar mensagens de dezembro, 2015

Feliz Natal

a quem por aqui passa a amigos e conhecidos, leitores e curiosos, colegas e outros FELIZ NATAL

soluções?

deixei respirar a posta anterior, ganhar corpo, como um bom vinho alentejano; apesar das questões considero que há soluções, não são milagres, mas propostas de trabalho; direi que assentam em duas dimensões (que há muito defendo e apregoo): formação - dos docentes para gerir e criar diferentes dinâmicas de sala de aula, para individualizar e particularizar oferta, trabalho, propostas; também à gestão para que pense e faça de maneira diferente; organização - flexível, adaptada, individualizada, com capacidade de considerar contextos e circunstâncias; uma sem a outra carece de oportunidade, uma e outra precisam de tempo e de mecanismos de avaliação;

E o que se passa com a escola

Depois da minha mensagem anterior, sobre coisas óbvias, algumas notas apenas deste lado; De acordo com o sítio da pordata em pouco mais de 10 anos o investimento em educação mais que duplicou; Na escola estão hoje inúmeros técnicos que antes ou não existiam ou simplesmente não faziam parte da realidade escolar - psicólogos, terapeutas, assistentes, técnicos da saúde, metodólogos, and so on; Hoje a escola tem uma rede de parceiros de malha fina e estrutura alargada; contempla desde os elementos cooptados para o concelho geral como inúmeros outros - IPSS, rede institucional, associações várias, colaboradores e parceiros, sociais e locais, regionais e de maior abrangência; O corpo docente alargou a sua formação e hoje estão na escola inúmeros mestres e doutores como a formação especializada se diversificou e considerou os contextos como lócus de formação e de ação; Para além disso, é, por força das circunstâncias, conhecedor, experimentado e relaciona-se intimamente com o seu context

coisas obviamente parvas

alguns pensamentos meus que decorrem das minhas reuniões de avaliação.  Nas reuniões em que já estive pude confirmar que os “bons” alunos tiveram boas notas, que os “maus” alunos tiveram más notas.  Dirão, coisa inevitável e óbvia; que é óbvio é, que é parvo, também considero que seja; Se é tão óbvio qual o papel da escola afinal?  Onde fica a escola (entendam-se os professores) no apoio a quem tem dificuldades? O que compete à escola na criação de equilíbrios e nas compensações de quem tem ou sente limitações escolares ou sociais? Afinal, a escola limita-se a reproduzir e a acentuar as diferenças, as desigualdades?

conversas piquininas

ao longo do período questionei-me sobre comportamentos, resultados e aproveitamentos dos alunos, nas turmas com quem trabalho; pouco ouvi dos meus colegas ao longo do período; as respostas iam no sentido da admiração (e alguma surpresa), na sala de professores falam-se, comentam-se comportamentos nada de resultados; no final do ano oiço a surpresa dos resultados, os comentários sobre o rendimento e a admiração pelas notas; mas à boca piquinina, nada de comentários, nada de extensões

concordância

final do período; mais que uma (auto) avaliação procuro, na pergunta que faço em final de período, perceber a concordância entre aquilo que o aluno pensa sobre o seu trabalho e o trabalho realizado na disciplina e a sua avaliação e aquela que eu perceciono e concebo ao aluno; em, números redondinhos, 100 alunos determinei 6 divergências, todas de nível 5; gosto

papéis e papelada

despistado que sou com papéis, claramente avesso a extensos dossiês, elaborei uma lista de procedimentos para que não me esqueça de nada aquando da realização pelo menos da minha direção de turma; a lista dá conte de: pauta provisória ata prévia plano de atividades da turma plano de apoio e recuperação da turma planos de apoio pedagógico de alunos síntese descritiva de turma e aluno sínteses e adaptações de alunos com necessidades educativas especiais grelhas onde se comprova a utilização dos instrumentos de avaliação chega ou querem mais...

avaliações

a avaliação é sempre um juízo; juízo sobre o feito, o que não se fez, o que ficou por fazer; os profes também não facilitam nem simplificam a sua própria vida, por incrível que possa parecer, as grelhas e a matematização da avaliação, por pretensa objetividade pretendida, criam elementos abstratos, indutores de juízos aleatórios, de juízos com base nos momentos de teste (?); 75+65 = 4 será? terá de ser? pessoalmente julgo que não e estou disponível para justificar procedimentos e processos, opiniões e juízos; aluno e respetivo portefólio de acordo com indicações dadas e disponíveis no meu sítio;

passantes

e, com uma indicação ou outra por via de facebook, e é vê-los passar por aqui; uma roda vida, uma aceleração que até fico cansado; mas obrigado por passarem

Arriscar e saber ou saber arriscar

Relato interessante de uma prática que não se ficou pelas conformidades, nem pelas grelhas, nem pelos receios estuipidificantes e petrificantes; Há quem acredite; Há quem faça; A diferença entre o ontem e o amanhã, na escola mas não só, reside em quem faz por que sabe e sabe por que faz; De tão simples que é, até irrita Mas há quem faça!

a quem interessam os rankings escolares?

direi, na minha santa insapiência, que a dois grupos de gente: a todos, desde gente do ministério aos pais/encarregados de educação, passando por docentes e alunos, municípios e pessoal administrativo e operacional; serve para apontar, criticar, descobrir e revelar, conhecer e confirmar, falar e omitir; a ninguém, pois não vejo, por onde a minha vista alcança, qualquer alteração, mudança de estratégia, outras metodologias de trabalho, apenas conversa de chacha, indiferença conversada, espantos contidos,

o portefólio como estratégia

não me fico pelo questionar, simples ou elaborado, nem pela interrogação, seja ela metódica ou indutora da ação; assumo, por muito que por vezes não escreva, que gosto mais de discutir as soluções do que amassar os problemas - por muito que isso possa não (trans)parecer por esta escrita; para enfrentar alunos que não querem (pura e simplesmente não querem) aprender estou a utilizar o portefólio; habitualmente já o utilizo enquanto instrumento de organização da avaliação; agora uma vez que não há conteúdos a integrar no portefólio, peço que o aluno escreva, de princípio pequenos textos, quem sou, de onde sou, como sou, por que sou, o que quero ser; depois oriento o trabalho do aluno, mediante um ou outro desenvolvimento do texto, da sua escrita; pego no que foi escrito e como foi escrito e pergunto porquê? para desenvolver uma ou outra ideia; que é certo e seguro? que resulta? não sei, experimento; se não der volto a outra, experimento de outro forma ou de outro modo, logo

eu mesmo

ontem questionava-me sobre que razões levarão alunos ditos normais a alterar significativamente o seu comportamento e a sua atitude, a criarem um significativo desinteresse e indiferença pela escola, pelas aulas e, consequentemente, por eles mesmos; hoje interrogo-me eu mesmo; ao trabalhar com turmas pretensamente regulares marcadas pelo alheamento, indiferença e desinteresse questiono-me se serei eu que não consigo mobilizar os alunos? serei eu que não consigo identificar estratégias ou metodologias de envolvimento? serei eu que não consigo pensar em dinâmicas de envolvimento? serei eu?

políticas e dúvidas ou dúvidas políticas

perante o desinteresse, o alheamento, a profunda indiferença que a escola cria e instiga em muitos (veja-se a minha anterior entrada) como podem e de que forma podem as políticas educativas enfrentar, ajudar, considerar soluções e propostas de trabalho? qual o papel das políticas educativas na gestão dos desinteresses, do alheamento, das indiferenças escolares, educativas e pessoais? qual o papel das medidas de política no sentido de equacionarem e considerarem as diversidades e heterogeneidades, os contextos e as circunstâncias de um todo que é mais, muito mais, que a soma das partes (distritos ou regiões) que o compõem?

em transição

pergunto-me sobre o que leva um conjunto de alunos que podem ser categorizados e enquadrados numa avaliação de razoáveis, por que ou nunca ficaram retidos ou tiveram uma retenção, que nunca apresentaram nem foram identificadas dificuldades específicas (para além das habituais dificuldades de leitura e interpretação), cujos pais/encarregados de educação estão e são elementos presentes, que estão enquadrados em contextos sociais e familiares ditos "tradicionais" a criarem um profundo e significativo desinteresse à escola? o que leva alunos regulares onde, de partida, tudo aponta para um percurso escolar dito normal (sequencial, de transição, uma ou outra dificuldade mas que não inviabiliza o percurso) a criarem uma aversão quase "patogénica" ao trabalho escolar? o que leva alunos com idades entre os 10 e os 13 anos onde todos (sociedade e família) olham com expetativa e ansiedade o percurso escolar, em quem depositam esperanças e alguma fé a desistir da escola e d

um certo reconhecimento

uma coisa mais pessoal mas que passou (e passa) pelas aulas; tenho de reconhecer e fazer o reconhecimento público do quanto devo aos pais pela formação que tenho; recebo a filha ao fim de semana, tempo de labuta e cozinha, de afazeres e comentários, ditos e alguns desaguisados decorrentes de um tempo que se faz diferente, de um espaço que se acentua mundovisões e formas de crescer; vendo a minha filha pergunto-me e reconheço ao mesmo tempo, o papel e a ação dos meus pais na minha formação; eu que me formava, eles que do espírito académico apenas o da pomba do colégio do espírito santo; como conseguiram eles apoiar o filho num processo para eles totalmente desconhecido? como encararam eles o meu crescer em mundos e visões, em ideias e valores, por vezes tão distantes quanto diferente daquelas que me transmitiram? que pensaram, que sentiram eles quando me ouviam entusiasmado mas distante deles, desconhecido para eles? ao ouvir a minha filha em pausa de meio da semana, sinto o

oferta complementar

enquanto diretor de uma turma sou resposnável por uma disciplina que quase todos criticam desde sempre, fosse ela no tempo da área escola, do estudo acompanhado ou da área de projeto ou formação cívica; apesar de quase todos a terem criticado na minha escola disseram para que fossem abordados os comportamentos, como no ano anterior tinham dito o mesmo - antes criaram-se algumas orientações, este ano a desorientação interessa-me, dá-me jeito; trabalhei comportamentos, relações, atitudes; hoje 4 grupos apresentaram, o último quase à pressa; foi interessante perceber como os alunos se vêem uns aos outros e vêem a relação com os profes; interessante perceber que apesar das ideias feitas sobre indisciplina e que apesar do cpy e cola de muitos sítios se opta por ideias de regras, de orientação e de exemplo; gostei, irei convidar os alunos a apresentar o trabalho junto de colegas e docentes;

uma brincadeira

na escola esta e a próxima semana serão dedicadas à avaliação, aquela que eu faço, mas também à dos alunos e pelos alunos; procuro organizar as coisas numa tripla dimensão; 1, pelo portefólio do aluno 2. por formulário de avaliação 3. por descrição e comentários ao vivo e a cores e esta é a ordem que procuro seguir, por questão de ajuda (como de orientação) à construção dos comentários; o cruzamento das diferentes dimensões permite-me perceber interseções, mas também algumas divergências (sejam elas de opinião, trabalho ou vinculação); hoje, ao iniciar com uma turma os comentários, percebi que os comentários iam que "as aulas deviam ser mais divertidas"; mas as aulas têm de ser divertidas ou este é o nosso espaço de trabalho? é que podemo-nos divertir com o trabalho, mas é trabalho na mesma, não é diversão; é uma ideia algo inculcada na cabeça de muitas crianças e que alguns adultos alimentam, para ser menos secante, para ser mais simpático, para sermos aceite

anormalidade normalizada

ando para perceber se a distância criada entre nós, humanos, e o contexto social e político (mas também cultural) dos tempos que correm é apenas uma ligeira indiferença, uma qualquer forma de ignorância ou mero e simples desprezo/desconsideração; poucos comentam o que considero eu pois claro, muito que há para comentar, seja do governo, seja das políticas - em particular as setoriais e/ou sociais, aquelas que implicam e mexem com cada um de nós; quando se comenta faz-se à boa maneira portuguesa, entre uma piada ou outra, alguma descontração a resvalar para a indiferença pejurativa; e os tempo correm normais dentro daquilo que considero ser alguma anormalidade; afinal na escola pouco interessa por esta altura, que não passe por começar a organizar a barafunda da papelada que se terá de preencher no final do período, de ver e corrigir testes ou de dar resposta à palete de papelada à qual poucos, muito poucos mesmo, ligam alguma coisa; depois, haver ou não haver delegação escola

do programa

a esta hora discute-se o programa de governo na assembleia da república; enquanto isso acontece algumas notas sobre a dimensão da educação; 1, entre o programa expresso, o oculto e o praticado por onde nos ficaremos? não registo uma estratégia de articulação com a juventude, p.e.; 2. gosto imenso da ideia onde se afirma que «A educação é um meio privilegiado de promover a justiça social e a igualdade de oportunidades. A nossa política educativa garantirá a igualdade de acesso de todas as crianças à escola pública e promoverá o sucesso educativo de todos, designadamente ao longo dos 12 anos de escolaridade obrigatória» e que, para o efeito, se irá centrar «na escola e na sua organização, autonomia e iniciativa, para a identificação das estratégias mais eficazes»; se a isto se juntar a possibilidade de «Incentivar a flexibilidade curricular, desde o 1.º ciclo, recorrendo a diferentes possibilidades de gestão pedagógica, gerindo com autonomia os recursos, os tempos e os espaços escola

sobre crises

que a educação e a escola estão e andam em crise, todos sabemos, seja qual for a geração a que cada um pertença, já ouviu, comentou ou opinou sobre a crise que graça na educação; já foram escritas inúmeras páginas, imensas bíblias sobre a crise educativa, dos valores e coisas que tal; chaga-se ao ponto de se afirmar que afinal a única estabilidade que existe é a mudança; se assim for ou se assim é, então a crise escolar ou educativa são elemento genético da vivência escolar e educativa; mas este é um ponto de vista interessante e no qual me revejo significativamente; o caráter instrumental da educação e da ação escolar é, grandemente, um dos elementos essenciais para uma dada perceção da própria crise escolar e educativa que se vive, em particular neste século; a desvalorização das dimensões sociais e humanas, da qual não desligo em nada, as expressões (artística e física) em muito contribui para essa dimensão de crise; querer associar a formação escolar a uma profissão (h

o achismo

nova/velha figura da filosofia tuga, o achismo assenta naquilo que cada um acha, ou deixa de achar, sobre tudo e sobre nada; dizia-me há dias um distinto conhecido com quem trocava ideias que todos achamos qualquer coisa, se bem que ninguém tenha perdido coisíssima nenhuma, mas achamos sempre alguma coisa; eu acho... é uma forma de muitos começaram uma conversa, afirmarem perentoriamente alguma coisa da qual pouco sabem, alguns dizem conhecer e todos acham (ou achamos) qualquer coisa (e o seu contrário); há, também, quem goste de acabar a sua afirmação com um redondinho... acho eu, como se este achar fosse não uma exclamação interrogativa, mas uma questão afirmativa da sua certeza e convicção; aparenta deixar espaço aberto à discussão (enquanto troca de ideias) mas mais não é que um ponto final seguro do que se... acha; o achismo não utiliza ideias, nem argumentos, baseia-se em meras opiniões, sempre certas na sua convicção, mas sempre a deixar uma ponta de reviravolta, do seu

o ruído dos chocalhos

ora viva, uma comemoração por terra por onde já passei e pela qual já fui feliz; os chocalhos são património imaterial da humanidade ; é muito bem feita; parabéns; merecido;

o ruído dos contextos

tenho, na turma da qual sou diretor, uma nova aluna oriunda da zona centro do país; no decorrer da primeira semana sem grandes conversas, deixei a aluna a andar, com um ou outro pequeno apontamento ou sugestão; nada de monta, era de integração que se tratava; na segunda semana já a abordei sobre a sua integração, diferenças, dificuldades, particularidades, o que destacava e como decorria o processo; uma colega, ao ouvir a conversa, vá de opinar, afinal as escolas são todas iguais, esta é mais uma ao que a aluna ripostou de imediato, como se estivesse preparada para a afirmação, nada disso, são escolas muito diferentes, em tudo, nos colegas, nos professores; e o que destacava ela nesse contexto, o ruído, é a coisa que mais a impressiona entre uma e outra das escolas; o ruído nos corredores, o ruído nas salas de aulas; o ruído é o que mais a incomoda;