Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2016

à porta da escola

nos tempos em que andei à escola, enquanto aluno, entenda-se, a porta de entrada estava quase que reservada a visitas, a pessoas exteriores à casa; hoje uma qualquer porta da escola e passo por algumas, são um aglomerado de gente; desengane-se quem pensa que o pretexto é só um, o fumo, o cigarro, não é, há muitos e diversificados pretextos para se estar ao portão; há os que fumam, mas há os que acompanham e não fumam, o que apenas estão por ali, ora fumando ou não, de professores a alunos, passando por funcionários e pais/encarregados de educação; varia ao longo do dia, qual fauna que procura o espaço consoante a hora; pergunto eu, que relação essa presença poderá ter com comportamentos escolares e/ou sociais? que avaliações e classificações terão os alunos que por ali circulam? será que existe alguma correlação entre a estadia ao portão e as avaliações ou comportamentos escolares? como serão os desempenhos sociais da população que frequenta o portão de uma escola? qu

comportamentos escolares e contextos sociais

Imagem
como é fim de semana atrevo-me, quase sempre, a escrever um pouco mais, a ir um pouco mais além das sínteses que gostava de fazer; sobre a capa de hoje (28 de fevereiro) do jn algumas notas - que não têm nem a pretensão de ser esclarecedoras, nem a veleidade de serem orientadoras do que seja, apenas um pensar por aqui; se levarmos em consideração outros países, numa lógica de estudo comparado, será certo que os comportamentos disruptivos ou violentos tenderão a aumentar; e há três razões para o facto considerando os trabalhos em inglaterra, estados unidos ou mesmo aqui ao lado em espanha; um relativo ao indivíduo, que tenderá a expressar publicamente por intermédio de grupos de pertença ou reconhecimento, grupos de associação que assumem lógicas territoriais ou setoriais, por vezes violentas, mediante a disputa e a negociação; uma segunda razão dirá respeito ao papel que a própria escola tende a assumir, muito por via de se diluirem as suas dimensões de poder e autoridade per

salas de aula - entre o presente e o futuro

Imagem
os problemas do presente são claramente complexos (quando não mesmo complicados) de gerir e ultrapassar, vai daí e atiramo-nos diretamente para o futuro - com o futuro será que resolvemos os problemas do presente? notícia aqui ;

coisas novas

Imagem
a universidade de Évora, por intermédio do seu centro interdisciplinar de história, cultura e sociedade (CIDEHUS) disponibilizou recentemente um recurso interessante (para os grupos 200 e 400, área de história) e lançou com ele um questionário a docentes; estive a ver de forma corrida o recurso e respondi ao questionário; sem grandes conhecimentos que não seja a curiosidade de docente, a formação inicial em história e considero o recurso interessante para se trabalhar em sala de aula e uma óptima contrapartida complementar aos recursos mais que habituais (e algo desgastados) das editoras; mas mais que isso considero o questionário interessante por perspetivar formas de colaboração que, pessoalmente, não tenho nem sentido, nem descortinado entre as escolas e a universidade de évora; muito pelo contrário, o que sinto de há muito é o claro afastamento da universidade de évora a um mundo (e mercado) que podia ser deveras interessante; não sei por que não funciona, se por (des)int

perceber e não compreender

agora dá-me para esticar os textos e avançar para um pensar que não é alto, mas partilhado, quais divagações solitárias de quem se pensa e pensa o trabalho que se tem; ontem, outra conversa entre pessoas de setores (profissionais) diferentes a irem num mesmo sentido, o extremar de posições, o radicalizar de situações, a criação de dicotomias, o eu e o tu, o nós e o vós, de um lado e do outro - normal não é por que os tempos são de redes, de partilhas, de disseminações, de fluxos e não de binómios ou dicotomias do século passado; levou-me a pensar e a partilhar ideias sobre um pensamento que este ano letivo - mais que em anos anteriores e ainda não percebi por quê - sinto com particular acuidade e que já aqui deixei em nota anterior; os bons alunos têm bons resultados, os maus alunos afundam-se na sua falta de resultados; este ano sinto mais que em anos anteriores, o facto de um aluno com enquadramento familiar estável, filho de pessoas algo diferenciadas (com isto quero dizer com

ideias soltas, coisas sem ponta

há pouco, a propósito da progressivas reposição dos cortes, uma colega fazia contas de cabeça, começou a trabalhar em 1994 então tinha... quantos anos de serviço tinha? não interessa, está no 1º escalão, início de carreira; entre comentários mais ou menos jocosos e humorados trocaram-se ideias sobre o início da carreira, afinal estando nós no início da carreira podemos corrigir algumas coisas, pensar prá frente aquilo que não fizemos pra trás; e quanto disto tem de verdade; olhei para dentro e pensei como seria começar agora, não digo voltar ao princípio, mas começar agora; como será encarar alunos e colegas profes, como será ouvir e conversar com os pais, como será estar e pensar uma qualquer reunião, como será e o que sentiremos por ouvir sindicatos, ministros ou apenas fazedores de opinião; como sentimos os comportamentos, quanto do nosso gosto por ensinar uma disciplina que gostamos se desvanece na indiferença do deslizar pelo vidro do smartphone, quando do nosso prazer de

coisas soltas ideias malucas

escrevo aqui por simples prazer de escrever e, dessa forma, partilhar ideias com os outros em silêncio, criando cumplicidades e amizades/animozidades; seja; hoje de manhã estava com uma das turmas de vocacional na sala de informática para onde me fujo com pretextos de pesquisa ou de organização de informação - há quem faça, há quem simplesmente divague; o silêncio era significativo, sem ser pesado, o pessoal anda entretido com alguns trabalhos que lhes dei, falámos do antes e do depois de abril (numa das sessões a partir de um dos vídeos da série retratos sociais, de a. barreto), mostrei apontamentos da guerra colonial e as cantigas de abril; deste conjunto de retratos gostei de ver e de perceber o silêncio e a atenção de uns quantos, os olhares que se lançavam sobre o ecrã branco da projeção; não percebi o por quê de duas das criaturas fecharem os olhos, fingindo dormir - ignorar? criar distância ou indiferença? fingir? ainda não esclareci a coisa; mas hoje o pessoal pesquisav

a estatística e a regulação social

os estudos (sejam eles de base estatística ou não) são elementos frequentemente utilizados como elementos de regulação da ação de pessoas, setores ou políticas; isto é, utilizam-se estudos, que se afirmam assépticos, objetivos, a-morais e racionais, para interferir sobre práticas (sociais ou profissionais) no sentido de se ultrapassar o que se tem e se caminhar para o que se quer; com os estudos e a sua divulgação, criam-se elementos de pressão do público, supostamente cliente ou utilizador e utilizado enquanto regulador (forma de pressão) para pressionar para resultados; exemplo, 1, estudos indicam que o consumo de leite aumenta em 20% a densidade óssea (coisa inventada cá pelo je); 2 o presente estudo « apresenta os principais resultados de um estudo sobre a relação entre o desempenho escolar dos alunos do 3.º ciclo, em Portugal Continental, e o meio socioeconómico dosseus agregados familiares »; um e outro, uma invenção minha e os resultados de estudo recente da direção gera

coisas da província

Imagem
eu não sei se são coisas da província se da idade; quero ser simples, mas tenho consciência que, de quando em  quando, complico; aproveito uma referência do presidente da câmara do Porto ao qual retiro o lisboeta e esclareço o que é província - ser provinciano não implica ser-se parolo, estes existem um pouco por todo o lado, mas compreendo o adizer; e digo que há por aí uma certa intelectualidade (social ou cultural, pessoal ou política, pelo menos nas suas pretensões e arremedos) que é claramente provinciana; mais, direi mesmo patega, grunha à qual falta mundo, tolerância, respeito

excessos

costumo dizer, por casa e aos alunos, que tudo o que é demais cheira e faz mal; desde o simples cigarro ao mais forte amor, se em excesso um e outro podem matar; o problema é que a escola, as escolas que conheço, entenda-se, estão cheias, carregadas de excessos; os últimos governos têm atirado para cima das escolas (diretores e docentes) procedimentos que, na minha leitura, mais não pretendem que saturar tudo e todos, a pretexto de duas situações, por tudo e por nada; ora são indicadores disto e daquilo, para isto e para aquilo, ora são regras e procedimentos "apenas" (está entre aspas) para salvaguarda de todos e de cada um, ora são caminhos únicos para os quais não existem alternativas, como se fossemos todos muito burros e muito parvos; não somo pois não? e a coisa é que estas solicitações têm sido desdobradas e e multiplicadas pelos docentes; os rigores e exigências administrativas, muitas com o rótulo simples e simplista de pedagógicas, adquirem contornos pou

uma questão de orientação

há muito que trabalho mediante a resolução de problemas, tendo por base metodologias de projeto; desde sempre que anoto as minhas ideias, crio apontamentos, leio e analiso processos e resultados no sentido de corrigir e adequar as situações aos públicos; este ano, por via deste texto e de pesquisas posteriores, sinto que as ideias estão manifestamente mais claras e o trabalho muito mais orientado; considero importante (determinante) no trabalho de projeto, três situações ou momentos: um primeiro mediante a definição de uma questão de orientação - questão/problema, que oriente o aluno, contextualizada a si e aos seus interesses (ou pelo menos em termos de proximidade física); um segundo momento mediante o acompanhamento das tarefas, a definição das etapas, dos pontos de referência pelos quais terá de passar o trabalho do aluno - determinante na aferição do processo, na avaliação intercalar; terceiro e último momento, a avaliação em si, saber adequar critérios ao processo, p

objetivo ou justo

conversas de professores, procuro ser sempre objetivo, por muito que isso custe, mas temos de ser objetivos; pergunta o outro com comentário; e será mais importante ser objetivo ou ser justo? é que objetivos não somos, as disciplinas, os conteúdos disciplinares podem ser, a ação dos profes, dificilmente é objetiva (por que se baseia, quase sempre, em juízos, modelos, valores, ideias), agora pode e deve ser - sempre - justa, desde que se evite a arbitrariedade e a descricionaridade; afinal, somos objetivos ou devemos ser justos

dos exames

Imagem
se assim é e eu aceito que assim seja, então para que se fazem, poder-se-á perguntar? para controlar os professores; servirem de controlo social sobre a escola; arma de arremesso e (des)consideração profissional; destacar as disciplinas (anos) envolvidos - hierarquizando áreas e disciplinas; pretexto e argumento político? tábém, e onde fica a exigência no meio disto tudo?

falta barro

Imagem
com o barro que temos dificilmente se conseguirão cumprir objetivos que são pedagógicos desde os finais dos anos 80 do século passado; com as cabecinhas pensadoras que por aí existem, será deveras complicado (e complexo) cumprir com objetivos sociais, que deviam ser de todos; muitos não abdicam da sua postura de dificultar processos e resultados como se isso fosse sinónimo de rigor e qualidade; a maioria não se sabe organizar para analisar situações, identificar respostas, propor outros modos (ou formas) de apoiar alunos e famílias; muitos, apesar de tentarem e se esforçarem, fazem-no sem qualquer orientação, sentido ou enquadramento tendo apenas como base o seu voluntarismo e os resultados escolares não dependem de voluntarismos; a falta de princípios de autonomia levam a que a maior parte se desresponsabilize, culpe outros ou parceiros, se esqueça de refletir sobre os seus próprios processos e práticas; enquanto não se definirem outras formas de organizar a escola, o tr

do contra

de há muito tempo dá para ver que a generalidade, dos professores está contra tudo o que venha e seja proposto pelo ministério da tutela; obedece, mas está contra, cumpre, mas reclama contrariado, mas zeloso não interessa opções políticas, sentidos partidários, orientações pedagógicas, correntes didáticas ou metodológicas, se tem origem no ministério ... sou contra; isto a propósito do alargamento do tempo escolar ao 2º e 3º ciclos do ensino básico, naquilo que é conhecido como escola a tempo inteiro; é pena e torna difícil construir o que quer que seja; não fará sentido disponibilizar aos alunos aquilo que eles não têm de outra forma? não fará sentido que as escolas se (re)organizem de modo a dar resposta adequadas a pais/encarregados de educação e alunos? não fará sentido criar alternativas a conteúdos, tabernas e consumos? não fará sentido articular oferta regulares e não regulares, educação formal e não formasl (logo agora que o ministério da educação também tem a tu

ele há com cada uma (que parecem três)

perante as caraterísticas da turma da qual sou diretor quase todos me pedem, solicitam quando não impõem e determinam que envolva os pais encarregados de educação na gestão dos comportamentos e das dinâmicas da turma; atão na é que ficam surpreendidos por que convoquei os pais/encarregados de educação para reunião de ponto de situação? mas querem ou não querem envolver a família? ou é só quando dá jeito?

ruído

é mesmo de barulho que falo; nem dou conta, mas, em sala de aula, começo a levantar a voz devagarinho e não acabo a gritar (como diria uma colega) mas a falar bem mais alto que no início da aula; a minha voz (para não dizer a voz dos professores) procura sobrepor-se ao ruído da sala, às vozes que pululam um pouco por toda a sala de aula; hoje, enquanto os miúdos organizavam e preparavam apresentações, fez-se silêncio e houve um tempo/momento em que o silêncio foi rei e senhor da sala de aula; os alunos gostaram e eu percebi que, tal como o ano passado e há dois anos, tenho de voltar a implementar estratégias antí ruído; tarefas de silêncio, contar o tempo em que se está em silêncio, gravar e mostrar o som de uma aula, irmos aos corredores, em silêncio, ouvir as outras aulas; leva tempo, mas dá resultado

quem diria

Imagem

controlar ou orientar

quando queremos e estamos dispostos (ou despertos) aprendemos com (quasde) tudo o que nos rodeia; há pouco ouvi as diferenças entre o controlar e o orientar; a propósito de uma situação em que há dúvidas sobre o que fazer e como proceder perante quem se porta fora da norma; ouvi o comentário que quem tudo quer controlar controla apenas enquanto o outro, o controlado, quer e se deixa controlar, por interesses, objetivos, estratégias, conveniência; neste modo, o controlador julga controlar o outro mas é por ele orientado nas suas ações e na gestão do que pensa ser o seu poder (capacidade de controlo, que efetivamente não tem); ao contrário, se em vez de controlo existir uma orientação, tal situação pressupõe o conhecimento, a competência e o saber daquele que orienta em adequar modos e formas de agir (do orientado, antes controlado) ao interesse de um grupo ou organização (do coletivo) e não em prol do individual; e isto faz toda a diferença; e a questão que vejo e sinto, é que

campo e cidade

de quando em vez, quase sem dar conta de tal acontecer, surgem pretextos para pensar e escrever sobre aquilo que gosto, a escola; preciso de algum tempo para perceber os sinais que me são enviados, o texto que, antes de eu escrever, me é dado a ler e ver por quem me rodeia; ontem, aula de oferta completar, uma aluna apresentava um trabalho sobre o campo e a cidade; trabalho de 7º ano, nada de monta, mas esforçado; escolheu o tema por, nas palavras dela mesma, estar cansada de gozarem com ela por viver no campo, de uns quantos estarem constantemente a assinalar, pejurativamente pelo que percebi, as diferenças entre aqueles que são ou vivem no campo e aqueles que são ou vivem na cidade; no final da sua apresentação questionou os colegas sobre que diferenças viam entre o campo e a cidade, o que era viver no campo e na cidade; ora este foi o pretexto para pensar em transpor para aquele contexto (o meu, de uma escola de cidade no meio do campo), aquele que foi o tema central da últi

coordenação e os vazios da ação

ponto um, os professores têm, na generalidades dos casos, alguma dificuldade em se coordenarem uns aos outros; na generalidade, um professor é um entre iguais, daí a dificuldade de coordenação do trabalho docente que é feito, na generalidade das situações, por auto ajuste; ponto dois, pelo estudo e pela experiência profissional tenho aprendido que o contexto social tem horror à ausência de (um qualquer) poder, tal como a natureza tem horror ao vazio; assim, quando não existe uma ação deliberada e orientada de coordenação, tarde ou cedo alguém assumirá esse papel e essas funções; aí sim, se vêem os lideres, aqueles que assumem uma qualquer forma de poder - algumas vezes não é por opção, acaba por ser por omissão; no trabalho docente isto acontece mais vezes do que se imagina... e hoje vi isso uma vez mais...

a autonomia e o trabalho da autonomia

trabalhar com crianças, no meu caso do 7º ano, pretensamente com uma idade entre os 12 e os 13 anos, pressupõe que as crianças não têm autonomia; mas não vejo aí nenhum problema, de estranhar seria se elas o tivessem; assim, assumo que há trabalhar para a autonomia, saber ensinar a ser autónomo (por que ninguém nasce autónomo), através de saber definir as suas tarefas, pensar os seus objetivos e, mais importante que tudo isso, assumir as suas responsabilidades; e é isto, a assunção de responsabilidades, que me orienta em termos de autonomia; hoje fiquei claramente dividido com um conjunto de alunos; satisfeito por que assumiram as responsabilidades por um trabalho; triste perante um trabalho fraco, muito fraco; mas afinal, se sabem que está fraco, se assumem essa circunstância, o porquê de o terem feito como fizeram, o porquê de o terem apresentado como apresentaram? desta não percebi