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A mostrar mensagens de junho, 2015

transpiração

ironias do destino, eu que não faço testes estou, há praticamente dez dias, fechado em casa a corrigir exames;  se lá fora estão mais de quarenta graus, aqui dentro a coisa não está muito melhor, mas o prazo aproxima-se e gosto de deixar folga; 

dos alunos - bons e menos bons

depois de ler este apontamento com mais vontade fico de trabalhar como trabalho; assim mesmo, pela resolução de problemas, pela pesquisa autonoma ainda que orientada, pelo docente ou por questões, com recurso a partilha de ideias, a uma regulação tripartida da avaliação, entre o aluno, o grupo que pode integrar e pelo profe, à qual se junta de quando em vez a opinião dos pais; gosto mesmo de trabalhar como trabalho, mas não tem sido pêra fácil enfrentar, sozinho, primeiro os alunos, que estão convencidos que há apenas um modo de "dar aulas", depois os pais, que, de igual modo, ficam com a veleidade de querer dar uma aula ao profe sobre como dar aulas (já resisti, já os enfrentei, já os ouvi), agora integro-os no processo e, não menos importante, os colegas profes, que, tal como alunos e pais, estão plenamente convencidos que há apenas uma forma de "dar aulas"; se não tivesse sido um diretor, então presidente do concelho executivo, a aguentar comentários e tenta

do deve e sobre o haver

ainda não terminei o ano letivo, faltam-me exames, relatórios e relatórios (não estou gago) e reuniões e reuniões; mas vou fazendo o meu balanço, pensando o deve e o haver de mais um ano letivo;  todos, inevitavelmente são cheios de coisas, boas, más, mais ou menos, assim assim ou antes pelo contrário; ao olhar para trás, recordo uns e outros de entre muitos que aconteceram;  o arranque do ano letivo que não lembrou ao diabo e que foi uma cratinice;  a conversa de um aluno em manifesta confidência pessoal, foi uma das que mais me marcou, e foi em novembro;  a confidência de duas alunas do "lar" a reforçar que o professor é bem mais que isso;  a necessidade de apertar dinâmicas e apertar programas, em particular no básico, desajustados em termos de ritmo e dinâmica; ter-me centrado e concentrado na disciplina de história da cultura e das artes foi, para mim, um manifesto desafio, daqueles que gosto, pelos temas e assuntos, pelo pensar dos alunos, pelos afazeres que

perguntas

no contexto do concurso para diretor do meu agrupamento fui hoje informado da entrevista e do guião que a suporta ou orienta; sinto alguma vontade de o colocar por aqui, mas não, aguardo que a coisa decorra e escorra e então logo verei;  direi que são perguntas para a qual o pessoal já sabe ou já tem uma resposta;  então, como costumo dizer aos meus alunos, se sabe para que é que pergunta???????

com regras

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o sítio já estava referenciado mas não estava disponível aqui nas coisas do lado;  trata-se de uma página onde as regras, os comportamentos e, de modo expresso, a indisciplina é tema central; o conceito de indisciplina - ou de falta de disciplina - não é claro, ainda que a designação - com regras - remeta para dimensões funcionais; por outro lado, a preocupação dos docentes não deixa de evidenciar isto mesmo, as dimensões mais funcionais, isto é, dimensões de funcionamento da sala de aula, de processos de trabalho mais centrados no docente;  mas tem apontamentos que considero interessantes;  

sobre a mudança em na escola

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na continuação do que antes escrevi, considerar a metáfora entre professor e treinador, deixo agora uma outra sobre a mudança em educação ;  tal como a indisciplina, também a mudança está cheia de teorias e de teóricos; teóricos a justificar a manutenção, aquilo que alguns classificam de RAM, resistência à mudança;  não se muda por dá cá aquela palha; a mudança tem de representar (individual e pessoalmente) um sentido e uma oportunidade; e, não menos importante, um equilíbrio sobre os riscos entre o ficar e o mudar; se o equilíbrio não tender para a mudança, não se muda;  mudar implica partilha, uma qualquer forma de partilha, social, profissional, pessoal, cognitiva, monetária, and so on; sem que se perceba isto, não se muda;  mudar na escola implica, no meu (i)modesto (des)entendimento, duas circunstâncias onde, uma e outra, pouco dependem de iniciativas individuais ou voluntaristas:  mudar a sala de aula - dinâmicas, métodos, relações, composições, conteúdos, programas,

a metáfora do futebol e a escola

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a metáfora surge como uma forma de explicar o real, mediante comparação procura-se a sua aparente simplificação;  há muito que gosto de associar a escola à metáfora do futebol e, em particular, o trabalho de professor ao trabalho do treinador;  afinal um e outro apenas distribuem táticas, definem regras e procedimentos que outros implementam; um e outro perspetivam problemas que, de modo direto, não enfrentam;  surge agora esta "aula" de josé mourinho , experimente-se a trocar o conceito de treinador pelo de professor e digam que estou errado; 

notícias do futuro

parece que já há calendário para o próximo ano letivo;  segundo rezam as crónicas a coisas será algo como: 1º período entre 15 e 21 de setembro e 17 de dezembro 2º período entre 4 de janeiro e 18 de março, havendo pausa de carnaval entre 8 e 10 de fevereiro 3º período entre 4 de abril e ou 3 de junho, para anos de exame ou 9 de junho para os restantes; 

teorias há muitas

tal como os chapéus, no pátio das cantigas;  a pertinência troca de ideias faz com que puxe para este meu cantinho, o artigo de daniel sampaio sobre a indisciplina ;  no contexto do artigo destaco uma referência A sala de aula permanece sem grandes mudanças: professores exaustos a tentar “controlar” a turma, alunos desatentos ou agressivos para com os docentes. Falta a pesquisa, o trabalho de grupo, a utilização da experiência de laboratório, as visitas de estudo a locais que tenham a ver com a vida dos estudantes de hoje podia destacar mais, mas o problema, considerando o que vejo na minha escola/agrupamento, passa pelo isolamento dos docentes, pelos receios que cada um considera na gestão da mudança, nas dúvidas e hesitações que se colocam em equacionar outros modos de fazer a coisa; no isolamento a que o docente fica sujeito quando surgem críticas e comentários;  falta, essencialmente, uma capacidade local de acompanhar e monitorizar processos de mudança; sem isso, sem essa

pensam que é só por cá pela terra dos tugas???

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problemas de gerir e orientar a sala de aula não são problemas apenas nossos, por muito que nos moam, consumam e tirem do sério; em quase pausa, com outros afazeres e talvez algum tempo para nos escutarmos uns aos outros, um exemplo americano que serve para o que serve; 

das listas de (não) colocação e as aulas

ontem, sexta dia 19 de junho, sairam as listas de não colocação de profes;  quem passa por aqui, por este meu cantinho, serão profes, penso eu pois claro, mas deixo apontamentos para todos os outros, para aqueles que não são profes e que provavelmente terão algumas dificuldades em entender o que é a vida de profe;  em face de alguma insensibilidade social e profissional que tem caraterizado este início de século, direi que é quase "natural" não percebermos os problemas dos outros, estarmos excessivamente centrados em problemas mais pessoais e deixar de lado, para quê mais, os problemas e a vida dos outros;  mas esta coisa das colocações condiciona a vida de muitos, não apenas dos profes mas dos próprios alunos e respetivas famílias que terão profes afastados de casa centenas de kilómetros;  na minha própria família nunca consegui explicar de modo a que os meus entendessem os concursos, há muito que tento explicar, há muito que perdi qualquer veleidade de me fazer ente

fim de ciclo

a filhota terminou ontem para todos os efeitos, o secundário e um ciclo de vida; foram, até ao momento, 12 anos de estudo, trabalho, empenho, conquistas, aprendizagens, dores e lágrimas, sorrisos e sonhos que terminaram com o exame de história o último do ensino secundário; segue-se um outro ciclo; trocámos ideias sobre o que foi este ciclo, para os pais, para mim, pai e profe, e para ela, aluna e filha de profe; ao longo destes 12 anos vi, por intermédio dos meus filhos (um manel e uma maria): a ação de docentes do 1º ciclo empenhados, que transmitiram gostos e deixaram marcas indeléveis para as opções de cada um; vi um segundo ciclo que desfazia o anterior, que descurava o futuro em prol do presente e do então surgimento de provas finais de ciclo; vi o terceiro ciclo a cilindrar sonhos, a separar águas e amigos, mas também vi profes espetaculares a tudo tentarem para que erros parvos de turmas idiotas prejudicassem o menos possível quem, em casa, não tinha nem estrutura n

entre o passado e o futuro - as pessoas

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ontem, antes de ir feirar, passei pela convenção distrital do meu ps; queria ouvir, uma vez mais, outra vez, o lider antónio costa;  sou suspeito, pois claro, sou socialista até à medula, apesar de todas as vicissitudes, pessoais e coletivas, que este partido e a gente que o constitui tem feito passar;  foi um discurso inteligente, considerando as sondagens, as expetativas, os objetivos que todos traçam ao ps e a antónio costa; foi um discurso de confiança, de afirmação, de futuro e de alternativa;  em termos regionais há muito que não se fazia uma coisa destas; há, obviamente, ideias que podiam melhorar, ser melhores, outras mais concretas, pois o povinho gosta é do nome do medicamento e não da sua composição genérica;  contudo e habituado que estou ao espírito de livre pensador, tenho que dizer que até setembro se terão que aprimorar duas agulhas essenciais à vitória;  uma mobilização mais efetiva e afetiva do eleitorado, falta chama, falta garra, falta ânimo; antónio cost

a organização do próximo ano letivo em ano de eleições

aqui fica o que outros guardam, o provável despacho de organização do ano letivo de 2015/2016 ;  não faço comentários, tou lendo, mas não consigo deixar de dizer, viva o ano de eleições, não cura, mas ajuda um poucachinho a tratar mazelas; 
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coisas interessantes  para amanhã, sábado, dia 20;  merda para esta minha província - cada vez mais me sinto arredado das discussões ou das simples conversas onde gostava de estar e de apenas e simplesmente ouvir; 

das conversas

sou candidato a diretor do meu agrupamento;  não há nem parece que haja ou venha a existir qualquer debate ou troca de ideias ou esclarecimento sobre opções, sentidos, princípios ou o que seja; cada um tem aquilo que faz por merecer;  mas vou dando conta disso sempre que posso, mostro disponibilidade, não crítico, nem sequer comento os outros candidatos, conheço-os pessoalmente não conheço as ideias que apresentam e que selecionaram de entre aquelas que transportam, de resto à semelhança da minha pessoa;  mas há duas ideias que acumulo;  não estou nem vou nem pelo mando, pelo poder, vou pela decisão, pela troca de ideias entre todos, pela identificação de pontos que não têm de ser de consenso, claramente difíceis ou mesmo impossíveis mediante o alargamento de lógicas, princípios e interesses que pululam pela escola; depois não vou nem estou por horários, meus ou de outros, do grupo ou do departamento; estou pelo coletivo, por todos e não por alguns; se isto não são diferenças,

desacerto entre exames e aulas

não faço mais declarações de interesses, considero que os exames são um mal necessário e pronto;  mas, há medidas que decorre o período de exames, mais certo e crente (apesar de não pessoa de fé) vou ficando e reforçando ideias que há muito habitam a minha cabecita;  primeira, há um claro desfasamento entre quem avalia, isto é, quem elabora os exames, e quem leciona, quem transmite o programa e cumpre sejam elas competências, objetivos ou metas; são dois pressupostos (se não mesmo lógicas) substancialmente diferentes; nesta onda se os professores não se acautelarem (os profes que lecionam) então o fosso ir-se-á alargar significativamente, considero, pelo menos pela minha experiência, que não se trabalha, em sala de aula, o que se avalia; em sala de aula genericamente "dão-se" conteúdos, quem avalia promove a resolução de problemas, a mobilização de um raciocínio e não de conteúdos; e isto, para este meu interior alentejano, é (ou pode ser ) crítico;  segunda nota, media

acessibilidade

o exame de história da cultura e das artes foi acessível;  estou convencido que o pessoal manterá, se não subir ligeiramente, a média coletiva;  é bom e dará indícios sobre uma outra forma de trabalhar em sala de aula aferida agora com regulação externa;  a ver vamos; 

exame em memória futura

em véspera do exame de história da cultura e das artes, disciplina da minha responsabilidade na minha escolinha, sou igual aos outros todos, sem tirar nem pôr;  levo 10 alunos a exame com uma média interna de 12.2;  estou convencido que dos 10 em exame, entre 3 e 4 poderão tirar notas inferiores a 10 e os demais entre os 10 e o 12;  se o exame seguir a tipologia até ao momento, entre a surpresa de conteúdos/questões e o aparentemente acessível direi, para memória futura, que a média até pode ficar idêntica, num intervalo entre o 11 e 12;  a ver vamos 

profecias ou o quê????

será que as profecias acontecem mesmo em tempo de eleições? será que em ano de eleições os exames são mais fáceis? será que existe algum sentido, mais ou menos estratégico, para a elaboração de exames? o que se ganhou e o que se perdeu entre o sumiço do gave e o nascimento do iave? apenas políticas? só lugares?

das notas dos resultados dos sentidos escolares

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as notícias dão conta da publicação dos resultados das provas de final de ciclo de 4º e 6º ano;  melhoraram, boa, nem mais - parabéns;  hoje foi giro ver uma senhora na minha escola tão contente dando conta a alguém que não tinha tido negativas a português e apenas três ou quatro negativas a matemática; estava tão contente que fiquei sem perceber se era professora, se mãe de vários alunos - direi que me pareceu profssora;  estas provas ou exames podem não medir nada, podem não contribuir para a melhoria do ensino ou da aprendizagem, podem não ser elementos cruciais no trabalho dos professores ou dos alunos, mas têm, pelo que vi e pelo que me apercebo, um condão que, infelizmente, não tem continuidade ao longo do ano, servem para atribuir algum sentido ao trabalho que se desenvolve ao longo do ano;  pelo menos isso, valha-nos a eventual relação entre resultados e a alegria da senhora...

des notícias

notícias que não deviam ser notícia, a partir do público de hoje um apontamento que dá conta de como vamos;  começa-se por afirmar que as contratações pelas escolas para as AEC são postas em causa pela provedoria da república; certamente que quem conhece a coisa concordará; mas... pois é, pelo menos pela região alentejo (do mal o menos, pelo menos) a maior parte dos promotores não são nem escolas nem agrupamentos, são municíipios, na sua maioria ou associações disto ou daquilo;  tanto que o corpo da notícia dá conta das entidades promotoras e não escolas, questões de semântica? talvez nem tanto

o rabo, senhor, ai o rabo

nada de monta, apenas utilizo a expressão muito alentejana que, aquando da matança do porco, afirma que o rabo é o que mais custa a esfolar; depois de toda a trabalheira de matar e tratar do animal, o fim, o rabo, é o que mais custa;  e este fim de ano letivo tem-me custado um bom bocado; não que tenha afazeres por aí e além, até mais parece que o pouco que tenho me permite estranhar; mas há afazeres que não me apetece fazer, pronto; tipo elaborar relatórios de departamento, dar conta das atividades feitas, organizar a estatística, responder a relatórios de articulação curricular vertical e de aulas assistidas, para além de vigiar ou coadjuvar em exames, dar apoio a alunos que irão a exame, preparar e organizar reuniões para o qual sem a minha léria pessoa não se fariam  tou cansado, pronto...

santa estupidez

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ele há com cada ideia que fico na dúvida sobre se é mesmo estupidez ou simples estupidez;  é que há estúpidos e há ideias estúpidas e pode - pode - não existir uma correlação entre uma e outra;  a s notícias dão conta que os militares irão para as escolas assegurar as funções de auxiliares , como vigilantes do recreio;  numa terra e num concelho como aquele que lecciono (vendas novas, terra há muito com forte ligação militar), a coisa ganha contornos de alguma delicadeza, mas que não deixa de ser estúpida, não deixa;  ele até merecia um elencar de idiotices, mas fiquemo-nos pelos que considero mais óbvio;  este governo recupera uma ideia de escola (e dos militares) muito próxima do bafiento salazarismo, a autoridade castrense manda e o povo obedece;  a ideia de recreio é equiparada à parada militar onde os olhos e os olhares tudo controlam e são palco de representações políticas e sociais, militares e pessoais;  atestado de incompetência a professores - há quem não saib

nem mais - dito e escrito por outros até parece fácil

se for eu a escrever, crítica é bem capaz de soar como sinónimo de dizer mal, de mandar abaixo, de destruição e não, como deve ser, de questionamento, de interrogação ou como desmontagem das coisas óbvias ou naturais;  mas ele há textos que valem bem a pena, aqui fica um excerto com a sugestão de leitura (logo quando, no meu agrupamento e por via de procedimento concursal de diretor, não se discute nem a escola nem os sentidos de escola que os candidatos apresentam); Recuso-me a acreditar num sistema de ensino que padroniza. Que dá tão pouco espaço à criatividade, à imaginação e às singularidades de cada aluno. Em vez de calendários, devíamos estar a discutir um conceito de escola que ensine mais a interpretar, questionar e criticar (...);

sobre o exame de português - 9º ano

declaração de interesses: sou docente de história, não de português,  na generalidade não sou a favor de exames;  passada a declaração dizer que sempre que pego num exame destes, em particular de 4º, 6º e 9º gosto da prova; considero-a bem estruturada, curricular, isto é, avalia uma componente do currículo agrupada em torno da língua portuguesa mas que remete ou faz apelo a conhecimentos de áreas como a história ou a geografia;  hoje uma vez mais isso se confirma;  mais, na generalidade os profes não preparam um aluno para este tipo de prova, certamente que se irão notar as diferenças de resultados a partir de agregados e estruturas familiares mas também geográficas;  a inspeção, chateia a moleirinha com o pedido de articulação vertical e, afinal, o que se devia pedir era a articulação horizontal, ou seja, como, num mesmo conselho de turma, se trabalham problemas, se mobilizam conhecimentos, se cruzam conhecimentos, competências e/ou metas; tipicamente divagações, se dissesse

será que vale tudo

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será que neste país e neste tempo vale tudo? será que nestas políticas tudo se permite e concede? o que será que terá de acontecer para que que alguém diga basta?

interesses

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só dividem em face dos (des)interesses que se colocam em campo; e não sei se serão apenas dos pais;  nada tenho contra o facto de os pais requererem mais tempo de escola para os seus filhos, aceito que seja uma consequência dos tempos e da falta de guarda familiar; apenas acrescento um pequeno/grande pormenor,essa guarda de prolongamento do tempo de escola não tem necessariamente de ser assegurada por docente; 

as novas normalidades

retiro o título de um post interessante sobre a perda, o sentimento que a morte desencadeia em quem não sabe o que é a morte;  aproveito a onda para falar das novas normalidades perante as quais a escola - e o trabalho dos professores - tem sentido claras dificuldades de afirmação  e gestão;  reconfigurações familiares - monoparentalidade, recomposição de família, deslocações familiares;  sentidos escolares e sociais - é cada vez mais tarde que se descobrem gostos e vocações, sentidos e opções; tecnologias e dinâmicas sociais - decorrente das redes sociais mas também das tecnologias, reconfiguram-se interesses e disponibilidades;  aumento do número de turmas por prof, mas também a alteração de dinâmicas de avaliação - que não têm sido acompanhadas com a necessária reconfiguração docente, em termos de métodos e instrumentos;  formas de participação - a gestão dos processos democráticos mediante o envolvimento e participação na decisão tem tardado na escola, circunstância que t

dos exames

falo sobre a escola e a forma que ela assume de (não) preparar os alunos;  começa amanhã mais uma série de exames; irão determinar quem passa, quem fica, critérios de atribuição de reforço horário ou créditos, rankings escolares, escolas de primeira e as outras;  não discuto os exames, direi que, por esta altura, serão um mal necessário; mas gostava de trocar ideias sobre o que eles representam na preparação de um aluno para a sua continuidade dos estudos;  terminou recentemente o semestre letivo universitário; acompanhei uns quantos alunos por questões de afinidade e simpatia; poucos foram os que terminaram o ano limpos, isto é, sem terem deixado cadeiras em atraso; muitos foram os que deixaram mais de duas ou três cadeiras por fazer, uns quantos pura e simplesmente reprovaram no primeiro ano universitário;  não estavam preparados para a dinâmica de trabalho, não souberam gerir dificuldades e interesses paralelos da universidade, não sabem trabalhar autonomamente;  colegas d

decisões e opções

neste último dia de aulas do ano letivo de 2014/2015 muitos são os assuntos a discutir sobre divagação da escrita individual;  podiam ser os indicadores estatísticos de perda de alunos , mas poucos estão preocupados com isso, aparentemente continuamos com turma e tudo o resto segue para bingo, não é assim, mas finge-se que é;  podia ser pausa de primeiro período , que recupera ideias e práticas dos idos anos 80 e alguns dos 90 do século passado; mas para quê, a população civil continuará a pensar que são férias para os profes e que os profes precisam é de trabalho, afinal as taxas de rendimento e eficácia são tão baixas que mais do mesmo e pelos mesmos poderá ser uma resposta; apenas divago sobre aqueles alunos que, após um ano de trabalho, um ciclo completo de formação, depois de avisos e ameaças se ficam pelo mesmo ano, repetem, chumbam; não é por incapacidade, nem por dificuldades, apenas por omissão, desorientação - merecem ficar? devem ser penalizados? incentiva-se o facili

desafios de criança

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estamos no final do ano letivo; os desafios foram, ou não, enfrentados e vistos (superados uns, outros nem por isso);  deixo esta nota sobre os desafios de educar uma criança , e aqui a educação, o ato de educar, não se circunscreve à escola, mas ela acaba por estar presente em praticamente todas as diferentes perspetivas e pontos de vista;  acrescento que mais importante que o desafio de educar uma criança, é saber ser criança; nós mesmos, a olhar para a vida e para aquilo que nos rodeia com a perspetiva de uma criança; é tão bonito 

democracia, debate, informação, decisão

tenho pena que algumas escolas (con)vivam menos bem com as questões da democracia e participação;  a propósito do procedimento concursal para diretor do meu agrupamento, é pena que os projetos e as propostas não sejam conhecidas de todos;  de igual modo é pena que não se aproveitem os candidatos para que se troquem ideias, debatam opiniões e opções, se construa um conhecimento mais fundamentado do que será o nosso futuro;  assim, sem discussão nem troca de ideias, cada um fica na sua e todos perdemos um pouco...

das reuniões e das culturas profissionais

estão iniciadas as reuniões de final de período e de ano letivo; vou buscar esta (quasi) maravilhosa descrição para, por seu intermédio, destacar o que não salta à vista nestas reuniões e noutras: o quanto somos iguais, o quanto as culturas profissionais nos homogenizam e uniformizam e como os lugares comuns, as banalidades e coisas que tal ficam tão estúpidas quando ditas por outros;

vítima de mim mesmo

tenho andado a pensar se escrevo ou não a posta que escrevo;  he, seja o que for pois de besta não passo e a bestial não chego;  há quem acuse e aponte culpados;  há quem dê desculpas, mais ou menos esfarrapadas;  há quem apenas não dê conta do que se passa ou do que acontece, como se fosse indiferente ao que o rodeia;  por mim, digo que sou eu mesmo o culpado das merdas que me ocorrem, sou vítima de mim mesmo - até daquelas vontades outras de me levantarem processos disciplinares, pelo menos vontade não falta e que lhes dou mais vontade;  sei que não serei o próximo diretor do meu agrupamento (não terei votos para isso, não estou assanhado a fazer propaganda e campanha, por minha culpa, desbocado, irreverente, tenebroso, entre tudo o que mais de mim dizem);   assim, sou culpado por assumir (em algumas coisas ou situações) uma capacidade de análise um bocadinho à frente; culpado pela formação que me permite perceber como nos movemos e movimentamos, culpado por gostar de ver c

ligado

a propósito deste artigo dou conta que este ano, por via das faixas etárias e dos objetivos de cada ano de escolaridade, valorizei e privilegiei o correio eletrónico para troca de ideias, partilha de opiniões e pareceres, em suma para troca de informação (escolar e pedagógica) com os alunos; por via dessa minha opção, no final do primeiro período fui obrigado a dar uma aula sobre correio eletrónico, os erros eram tantos que chegaram a colocar a mensagem, e extensa, no assunto; mas também questões de etiqueta, por exemplo, início e fim de uma mensagem (afinal não estão a tratar com colegas nem sobre assuntos do deixa andar); em termos de balanço e entre os comentários (avaliação) do alunos e as minhas próprias ilações: retiro: foi interessante (apesar de me consumir algum tempo, liberta-me noutro), o feedback é mais rápido e oportuno e fica registado para memória futura (apesar de o aluno ainda não saber gerir o tempo do correio eletrónico); permitiu-me um acompanhamento individ

Leituras e culturas

Ando a (re)ler um titulo de M. Castela (a galáxia internet, 2001), com a perspetiva de (re)lembrar lógicas de organização em rede, conceitos de cultura e modos de interligar diferentes pontos de uma rede, ou de uma malha constituída por muitos e diversos pontos, tal como a escola e as lógicas que pressupõe neste novo século; Retiro duas ideias, uma em redor da complexidade, outra das culturas partilhadas; Afirma Castelos que as redes permitem a gestão da complexidade por intermédio do que ele designa de perplexidade informada, isto é, flexibilidade, autonomia de cada nó, coordenação descentralizada e remota; implica que cada nó da rede tem uma dinâmica própria, onde a interligação entre eles se processa por intermédio da cultura que os une e identifica; Por cultura entende um conjunto de crenças e valores que formam o comportamento; traduz-se nas práticas organizacionais, na construção coletiva das atitudes das pessoas que pertencem a uma organização; Será que dá para perceber a di

O portefólio

Na prática letiva que desenvolvo utilizo, de forma predominante e central, o portefólio como instrumento de avaliação do aluno; Conjunto de trabalhos organizados sequencial e cronologicamente; é certo que pode ter diferentes formas de organização, mas interessa-me perceber o progresso dos alunos, identificar pontos de viragem, de questionamento ou de afirmação (pessoal e escolar); Na última semana de aulas o portefólio institui-se como objeto central e quase que exclusivo; permite fazer um ponto de situação ao trabalho do ano, perceber o caminho percorrido, os encontros e desencontros que marcam uma dinâmica de trabalho; Na maior pare das vezes, o aluno consegue afirmar e defender uma avaliação que coincide com a minha opinião(direi que 99% das vezes coincidimos e não implica nem envolve qualquer forma de negociação ou de contestação); Mas é complicado afirmar o portefólio como instrumento de avaliação; há quem desconfie, há quem considere que não se adapta, há quem considere muita

Do mando ao poder

Afinal, ao cargo de diretor da minha escola/agrupamento há, para além da minha pessoa, mais três candidatos - peço desculpa mas o último nada acrescenta a percebermos a escola; Agora as restantes dão conta daquilo que Friedberg (Ed. Piaget, 1993) escreveu em tempos, sobre os jogos de poder; Quere-se o poder por muitas, variadas e diversificadas razões ou fatores ou motivos; Mas quando, de entre elas, se destaca o mando, isto é, o poder pelo poder, então percebemos melhor as pessoas e as ideias que ela transporta; e transporta para lógicas de organização e funcionamento da escola, e depois dizem que é o governo Tá bem tá

Fim primeiro

O ano letivo está organizado para assegurar diferentes ritmos, dinâmicas e objetivos; Esta semana é o primeiro fim, daqueles anos que irão passar por exame; Por esta altura a sala de profes ganha uma outra efervescência, um outro bulício; Ele com a quantidade de afazeres que se determinam, mais parece uma feira de insanidades com o corre corre que se regista, a procura algo desenfreada de computadores (por via do programa de alunos), da distribuição de papéis, dos pedidos disto e daquilo, da tentativa de não esquecer nada; Afinal é uma sala de profes em final de ano letivo...

sucesso e insanidade

assim, na minha escola (será só na minha escola?) se promove o sucesso (e a insanidade dos diretores de turma): Documentos a entregar para a reunião de avaliação de 3º período Grelha com propostas de classificação; Grelhas de avaliação de cada disciplina; Relatórios das tutorias (a 1ª parte diz respeito ao tutorando a 2ª à implementação da medida) – devem ser anexados à ata e enviados em suporte digital ao DT; Grelha de presenças na sala de estudo e na turma mais (anexar à ata e enviar em suporte digital ao DT); Balanço das medidas de promoção do sucesso implementadas (sala de estudo, turma mais, coadjuvação, ninhos, grupos de nível, reforço curricular, APES), – devem ser anexados à ata e enviados em suporte digital ao DT; Relatórios/documentos dos alunos com NEE; Grelha com aulas previstas, dadas e cumprimento de programa; Grelha de Conhecimentos não adquiridos/capacidades não desenvolvidas, para os alunos retidos (conforme o previsto no ponto 8, art.º 25º do

pequenos nada - grandes coisas

nos pequenos nadas, naquelas coisas que nos passam quase que despercebidas, naquelas outras que mal valorizamos, torna-se possível ver e perceber e compreender algumas das coisas que nos marcam e caraterizam, primeiro em termos pessoais, mas, no seu conjunto, também enquanto modo coletivo de ser;  resulta em muito, da nossa história, do que o antigo regime do estado novo nos deixou (claro, por intermédio da escola, da formação, da educação) e que ainda hoje nos condiciona e define;  trata-se, por exemplo e a partir do concurso a diretor da minha escola, de perceber que para os outros (pretensamente políticos) exigimos clareza, rigor, transparência, competência;  como ao nosso aluno, queremos interesse, estudo, aplicação, empenho, numa palavra e se assim o pudesse dizer, profissionalismo de aluno, pois claro;  contudo, quando se trata de proximidade, de afirmar posições mais individuais ou pessoais tudo isso passa para segundo plano,quase que entra no esquecimento e fazemos o qu

maluqueira não é, estupidez também não, resta estratégia

depois do mandarim agora é a vez do grego e do latim ;  sei que não é maluqeira, as poucas pessoas que conheço na 5 de outubro nada têm de malucos,  e menos ainda de estúpidos, nada disso, são bem pensantes, se estivessem na minha sala de professores até seriam capazes de ganhar votos; se não são nem malucos nem estúpidos resta-me pensar que o regresso das línguas clássicas assenta apenas e simplesmente numa qualquer estratégia política e educativa;  o quer visa ela?  o que se pretende com o regresso às culturas clássicas quando o presente não é nem compreendido nem interpretado nos currícula?  que discussão se pretende promover (ou evitar) com a introdução de temas como este? que papel terão os municípios - no âmbito da municipalização da educação - nesta oferta? será que para além dos chineses que já cá estão se espera a vinda de gregos e outros latinos? eu sei que não é maluqueira, é estratégia, mas parece que está tudo maluco, lá isso parece

candidatos e posturas

ao cargo de diretor do meu agrupamento apresentaram-se, para além da minha pessoa, mais duas candidatadas;  não conheço o projeto, mas, uma melhor que outra, conheço as pessoas; obviamente que não me estico a fazer campanha, ficaria menos bem;  mas há que destacar os procedimentos adoptados na candidatura para que daí se infiram posturas e posições;  uma disse sempre que não se candidatava mas lá se candidatou, de resto como todos o afirmavam (menos ela);  outra guardou a mão até ao fim, como se tivesse poker e a coisa ganhasse pela surpresa;  ilustrativo ou não das posturas e do que uma e outra nos reserva?

A escola vale a pena

o projeto de intervenção que apresento ao conselho geral do agrupamento de escolas de vendas novas  tenho consciência que: os nossos filhos (e os projetos e as ideias) são sempre bonitos, zelosos, maravilhosos - mas nem sempre é assim, vimos virtudes, mas também há defeitos;  que as ideias e os projetos são sempre preteridos perante aquilo que pensamos e consideramos das pessoas - e, assim, sei que mais que as ideias, valem as pessoas e eu, enfim, enfim...

nem na municipalização

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discute-se ou fazem-se sondagens sobre a municipalização ; assim, como se todos soubessemos o que se trata, o que está em jogo, as implicações ou simplesmente o deve e o haver da coisa; mas caramba nem para isto o alentejo vale a pena, conta, nem sequer tem mesa de voto; e depois discutimos o quê...

dúvidas e dúvidas

em final de ano letivo, de ano (9º) e de ciclo (básico) faço um breve e aleatório levantamento com as turmas que tenho deste ano e nível de ensino - 4 em 5; levantamento sobre opções para o próximo ano letivo, preferências por áreas e/ou escolas; se fosse por vontade dos alunos, quase metade sairia do concelho; a outra metade, ficaria por cá distribuindo-se, maioritariamente por ciências e tecnologias, ambição de medicina, uns quantos pelas línguas e humanidades e residualmente por artes; quando questiono o aluno entre as suas preferências e as suas opções, há quem assuma que disso já nem se fala por casa para evitar discussões; isto é, os pais, a família, continuam a definir grandemente o futuro dos mais novos; e fazem-nos em função de lugares comuns, vulgaridades e banalidades - emprego, oportunidades, reconhecimento social, and so on...

dia da criança

eu sei, é dia da criança; no decorrer da manhã um aniversário para o qual fui chamado; uma aluna, entre um tom de zanga e de alguma raiva, diz-me que faz hoje, hoje mesmo, dia da criança, 9 anos que está cá; cá, é institucionalizada, retirada aos padrinhos - já nem vivia com os pais - e colocada em lar de acolhimento; faz hoje 9 anos; tem 15;

promessas

fica a promessa, 4ª feira coloco aqui aquela que é a minha proposta de intervenção junto do meu agrupamento; até lá é apenas uma questão de esperar depois de lá, é saber (e disso tenho plena consciência) que a proximidade e o conhecimento relacional escolhe pessoas e não projetos ou ideias; ao escolher pessoas não escolhe nem olha a competências, olha a objetivos, interesses, lógicas e, assim, se relativizam projetos e propostas;

problemas do século xxi

em tempos foi/era problema a falta de luz ou a falta de água (e de quando em quando ainda o sentimos pela aldeia); nos tempos que correm os problemas essenciais, aqueles que incomodam e dão origem a escrita daqui e dali, dizem respeito a: não há wi-fi - rede curta, instável ou insegura; não haver computador, um acesso à rede; o telemóvel, vulgo smartphone, pifar, não ter bateria ou morrer sem avisar previamente; e pronto o meu problema é mesmo uma coisa desta, o tablet pifou, não liga, desligou e não quer ligar; foram quase três anos de uma companhia inestimável, agora sinto-me despido, sem saber o que fazer, não tenho rede, nem informação, :(