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A mostrar mensagens de novembro, 2015

quem manda na educação

mas afinal, alguém tem de mandar na educação? a propósito de um artigo desonesto e incorreto (se por opção se deliberadamente quem de direito que o diga); gosto de ler tudo o que me aparece sobre educação - e não só; sou plural nas minhas leituras porque só assim consigo ter uma opinião minha e ideias próprias; de tal modo que tive, durante muito tempo na minha antiga residência, o blogue daquele que veio a ser ministro da economia, álvaro pereira; como tenho nos feed muita gente com quem não concordo nem me revejo, mas considero úteis em termos de pluralismo, de ideias, de formação de opinião; agora assumam-se, saiam do armário, não tenham (ou tenham, não sei) vergonha e digam que a escola não é para todos mas de alguns, que o esforço e os apoios não devem ser públicos mas privados, que a concorrência não é salutar mas seletiva, que a escola serve, afinal, para diferenciar e descriminar, nivelar por competências básicas e funcionais, que o trabalho dos profes mais não é que cri

comentários

intervalo maior na escola por onde ando; a sala de professores não está cheia mas as mesas estão ocupadas; ao meu lado comenta-se o novo governo e a pressa de acabar com os exames de 4º ano; os comentários vão no sentido de agora os alunos chegarem ao 5º ano sem nunca terem pegado numa régua ou num transferidor, e eu pergunto, isso deve-se aos exames ou aos professores? respondem-me com a indicação que os exames são forma de responsabilizar os professores; e eu comento que a minha disciplina apenas tem exames no 11º e 12º mas que me sinto responsável pelos meus alunos e pelo seu rendimento escolar; mas isso é o colega (são sempre tão corretos os meus colegas em manter as distâncias): e eu pergunto, mas afinal o problema é dos exames ou dos professores? afinal os exames são para aferir rendimentos e aprendizagens ou para regular o trabalho dos profes?

pontes

pelas ruas da minha cidade a coisa parece dia de ponte, pouco trânsito, sem filas nem correrias; chego ao hospital para consulta externa e o mesmo cenário; pouca gente, espaço à farte, até tive sítio para parar a carroça que me levou; fico na dúvida, será que que o feriado da restauração já foi reposto e não dei conta? será que apesar das circunstâncias hoje o pessoal faz ponte? vá lá eu perceber os tempos...

esperar pelas surpresas ou surpresas a esperar

não me tenho metido (muito) pela área das políticas educativas, em particular dos nomes e das circunstâncias que fazem o novo governo; tenho de reconhecer alguma surpresa pelos nomes; o meu pensamento vai no sentido de perceber sinais, entender as indicações deixadas; tentar interpretar (quando não mesmo compreender) lógicas e pressupostos por que coincidências só mesmo o pai natal e o coelhinho da páscoa; para memória futura, pergunto eu: que objetivos estarão na base das nomeações de um jovem que de escola deve perceber pelo tempo pelo qual lá passou? que pressupostos estarão na base de nomear académicos e, essencialmente, teóricos entre metodologias e direito administrativo? que princípios estarão na base de recuperar a juventude e o desporto para a alçada da educação, coisa que não acontecia desde o princípio da década de 90 do século passado (se não estiver totalmente errado com couto dos santos)? como se perspetiva articular educação formal e não formal com informal e s

coisas de fim de semana

ao fim de semana gosto de fazer ... nada; deixar os dois dias fluírem por si, entre um gosto pelo sol e um apanhado de saudades da filha que regressa a casa; uma ou outra vez um pequeno grupo de amigos, mesmo muito pequeno, faz a companhia a qualquer coisa que se vá petiscando e bebericando; à boa maneira alentejana que arrasta as palavras pelo gerúndio da entoação; habitualmente não escrevo, mas penso-me; penso em coisas que devia ter feito e não fiz, coisas que devo fazer no decorrer da semana; desafios, projetos e ideias que mexam comigo de forma a pensar o que fazer; este fim de semana dei comigo a pensar que sinto saudades de desafios, de sentir algum stresse pelo trabalho, pelas ideias, de um trabalho estimulante e desafiante; limito-me a preparar aulas, a organizar estratégias para os meus alunos, a pensar ideias e dinâmicas, são desafiantes, é verdade, mas duram pouco tempo;  não estou em tempo de paixões, mas de sentimentos; sentimentos que talvez esmoreçam no decorr

ilhas

a escola portuguesa é um conjunto disperso de ilhas; pelo menos é essa a sensação que tenho; dificilmente, pelo menos pelo que me toca e por aquilo que conheço, são ilhas dispersas, soltas, longe, muito longe de se constituírem como um arquipélago; regiões insulares e isoladas, distantes e individuais; pouca conversa entre elas, pouco, incipiente e algo ineficaz conhecimento entre elas, conhecimento de dinâmicas, de processos, de ações, de projetos, de problemas como de soluções; cada qual está para seu lado; cada qual pensa o melhor de si, por que se olha ao espelho e se pergunta quem é a mais feliz; os outros as mais feias, por que são sempre os outros os culpados; é pena, seria útil uma qualquer ferramenta que permitisse interligar escolas, partilhar ideias e circunstâncias (não digo nem problemas nem soluções, apenas ideias); convém a alguém que se continue distante, isolado, que se mantenham as ilhas; porquê? para quê?

antes do ser...

fruto de reclamações e pedidos caíram as delegações escolares; não por tremor de terra, apenas os seus dirigentes que, fruto de concurso considerado inválido, deixaram de o ser; afinal, antes de o serem deixaram de o ser; esperam-se novidades, afinal a educação irá ter nova lei orgânica e com ela novas caras; como serão as políticas isso é coisa a esperar...

governo e governados

tenho, fruto de formação, vida e experiência, uma relação e um entendimento com o governo (ou o poder) algo distinta da generalidade; vou muito na perspetiva que considera que " (...) hoje, o poder adquire cada vez mais uma forma permissiva. Na sua permissividade ou até na sua amabilidade , depõe a sua negatividade e oferece-se como liberdade  (p.23), sendo assim, "uma forma eficaz de submissão e de subjetivação". ora isto para dar conta que se os novos chefes da 5 de outubro ou da 24 de julho ou dos muitos cantos e recantos por onde existe ministério da educação tomaram posse há agora novas expetativas; desde logo que alguém decida, que nos últimos tempos a coisa tem estado parada, um por que sabia que ia sair, outra por que sabia que durava pouco; não digo, face à faixa etária ou à experiência de cada elemento que pode ser assim ou assado, ou, em alternativa, cozido ou frito; espero, apenas espero para ver; pior do que está é difícil, portanto espero... mas que

silêncio

pois é, há quem diga que fugi do meu cantinho para lisboa; que fui à tomada de posse; :) nada disso, apenas e simplesmente mero silêncio; de vez em quando faz falta estar calado, pensar antes de escrever ou simplesmente não escrever;

das dificuldades

tenho de reconhecer que é difícil reconhecer as dificuldades dos profes; de um lado, de quem não é profe, torna-se quase inimaginável o quão duro e desgastante pode ser uma sala de aula; não há explicação que convença, palavras que descrevam ou sentimentos que se reflitam que possam dar conta de como é uma sala de aula - de, por vezes, esgotante, cansativa e não tem de ser por más ou inconvenientes razões; pelo lado dos profes, torna-se difícil ou quase impossível perceber que o outro, apesar de ser profe, pode assumir ideias, lógicas, princípios e valores tão diferentes dos seus quanto o dia da noite, o sol da lua; e ontem tive dois belos exemplos, uma colega que me diz que uma turma a desgasta de tal modo como se tivesse um dia completo e pleno de aula; tal o cansaço com que sai da sala; depois, três ou quatro docentes que trocam ideias que mostram o quão diferente pode ser a cabeça de um professor, apesar e para além de se ser profe, de ter em comum uma profissão e de part

dos exames

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aparentemente e segundo as notícias , tudo aponta para que os exames de 4ª ano não se realizem no final do presente ano letivo; para uns quantos isto é um ai jesus (eh pá já me estou a antecipar ao dia de amanhã) , os exames são, na cabeça de muitos, o indicador da exigência, do rigor, da fiabilidade da escola - como se, de uma penada só, os exames atribuíssem qualidades intrínsecas ao trabalho dos professores e fossem certificadores e garantia de esforço e estudo por parte dos alunos; o problema é que não são; o problema é que muitos irão apontar o dedo e sacudir a água do capote, desresponsabilizando-se e distanciando-se do que deve ser o seu trabalho - por parte dos profes de adequação de estratégias e metodologias, por parte dos alunos de empenho e esforço, por parte de pais/encarregados de educação de acompanhamento e regulação, por parte da escola e das políticas educativas de monitorização do sucesso e dos seus indicadores de desvio; certo, certo é que tudo continua

comportamentos

tenho de reconhecer alguma surpresa na descrição de comportamentos de uma (ou de várias) turmas da escola onde estou; são descrições que tocam o grosseiro, a manifesta falta de educação; mas também onde quase todos pedem ajuda e orientação, os professores por que se sentem confrontados, os pais por que não fazem ideia do que fazer, os próprios alunos que entre atenção e simples estupidez marcam terreno incerto; e o que fazer? essencialmente quando a coisa (a solução ou os comportamentos) não têm uma causa, mas muitas e diferentes, quanto não basta uns agirem mas muitos? falta cultura, faltam perspetivas de vida, precisa-se urgentemente de conhecer e ver outras pessoas, outros modos de ser e estar; desagua no rossio a falta de sentidos e de futuros, as diferenças entre o eu e o nós, o campo e a cidade, o passado e o futuro; e a escola sem soluções; a escola hoje não vai em frente, cava o buraco com o passado e deixa uns e outros de cada lado; onde estaremos nós?

dúvidas e incertezas

ontem tive oportunidade de trocar palavras e conversa com um colega sobre uma metodologia de trabalho em sala de aula; nota-se o meu entusiasmo, o gosto e o sentir de uma dinâmica de trabalho; no meio da conversa e entre outras circunstâncias uma pergunta, e os professores percebem do que falas? há pois, cada vez mais me sinto uma ave rara, eu falar falo, mas há muito que perdi o (auto)convencimento que era ouvido e, principalmente, que era entendido; sei que não me entendem, que não me faço entender quanto a lógicas, princípios, ideias, práticas de estar e ser professor; mas isso é problema meu, pois claro...

delta

falo do delta da sala de aula; espaço de confluências, confrontos, saídas e retornos, encontros e desencontros; a sala de aula é um local que, no mesmo momento e nas mesmas circunstâncias, tanto pode ser um espaço inóspito, árido, constrangedor, como acolhedor, confortante, claro; numa mesma aula tanto pode acontecer um como outro dos momentos, serem complementares, contíguos, simultâneos e/ou paralelos; hoje senti tudo isso numa mesma sala de aula; com os mesmos alunos; os ambientes variaram do inóspito e inconsequente ao confortante apego da palavra partilhada; são momentos e circunstâncias que fazem da sala de aula o delta de nós mesmos (alunos e professores), de momentos e circunstâncias; engraçado ou nem tanto, são momentos irrepetíveis, intransponíveis; nascem e morrem no mesmo sítio, no mesmo momento, nas mesmas circunstânicas; amanhã é outro dia, outro momento, outras situações e circunstâncias...

contextos e com textos

não conheço suficientemente o contexto (social e pedagógico) por onde trabalho e onde leciono; há coisas que de tão evidentes se tornam difíceis de compreender e perceber; outras há que se destacam ao olhar que não é preciso ser excessivamente acutilante; são coisas sociais, de uma história cultural que enfrenta tempos e contradições; há coisas que desaguam na sala de aula como se de delta se tratasse; por vezes percebe-se o que é, outras franzimos o sobrolho e não percebemos, não entendemos o que temos pela frente; o contexto (social e pedagógico) por onde me movimento dá disso conta, de contradições, de diferenças entre tempos; da gestão à sala de aula não consigo perceber algumas dinâmicas, alguns textos que circulam, discursos que não são nem justificativos nem argumentativos, mas que espelham estados de espírito - e não são coisas de fé, mas que comportam alguma crença em si mesmos; gosto de observar e sentir os olhares, os ânimos e os estados de espírito; e expressam-se

errar é humano

uma conclusão de um texto hoje colocado no comregras : Não será de valorizar o erro enquanto tal, mas também não será de o usar como elemento inibidor da ousadia e da autonomia individual e pessoal. Será, preferencialmente, de saber associar à avaliação, ao aprender com o erro e ir em frente, voltar a tentar, voltar a avaliar e repetir tudo de novo. Afinal, errar e humano .

boa interessante

comentário a esta minha entrada feito fora daqui, que por aqui o pessoal não comenta; gostei, perguntam-me por qual a escola onde se discutem processos, onde se falam das abordagens, onde se debatem estratégias, onde é que se conversa que não seja mera circunstância; é que os tempos e as modas não estão para conversas de chacha, para teorias abstratas, para coisas de somenos, e isso, de falar de estratégias, de abordar e articular procedimentos, de se conversar para se pensar, é claramente teoria, divagação, perda de tempo; na escola, na generalidade das escolas não há tempo, nem oportunidade, nem vontade para coisas dessas; gostei, foi pertinente e interessante

aos saltos

as redes sociais são realidades incontornáveis, escreva-se o que se quiser, diga-se o que se entender, pegue-se-lhe por onde entendam, pense-se o que se pensar; assim que se escreve nas redes sociais, e aqui quase que me restrinjo ao facebook, e os passantes passam e passam e passam; também se não queria que passassem para que escreveria eu, han...

para paris, com amor

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os atentados de sexta à noite em paris levantam, em termos de sala de aula, duas incontornáveis questões; cada uma delas mais delicada que a outra: como abordar a questão em sala de aula, em contextos educativos e de formação de jovens? como explicar o papel da escola e da ação educativa nestes processos? Como é fim de semana atrevo-me a levantar uma e outra questão, a não dar uma resposta, por que também considero que não têm resposta, mas a deixar no ar que a sala de aula não pode, não deve ser nem assética à questão, nem indiferente às circunstâncias; estou certo que por muitas salas de aula a coisa irá decorrer como se nada tivesse acontecido, não se falará do tema por que não é dos conteúdos, não faz parte do programa e por que o tempo é escasso para se abordar tudo o que devíamos e gostaríamos. Mas também por que a indiferença permite criar a ilusão que tudo continua como dantes, que a distância (física e emocional) aligeira os estados de espírito por que, afinal, a v

preocupações

há escolas onde a preocupação central e prioritária - por vezes aparentemente exclusiva - passa por: assinar a ata, fazer a grelha, responder a inquérito, entregar o papel, elaborar o relatório, preencher a plataforma; rasurar devida e adequadamente a ata; etc outras há em que a preocupação passa por: discutir abordagens ao insucesso: pensar em estratégias de serviço docente: debater estratégias de mobilização do aluno; conversar com pais/encarregados de educação sobre os filhos/educandos; promover a escola; será que as duas podem conviver?

das agregações

as agregações de escolas, a junção de básicas e secundárias, misturou culturas, ambientes, conhecidos e amizades; na generalidade dos casos e na maioria das situações a coisa correu; se bem se mal tudo depende de pontos de vistas, de lógicas ou considerações; mas tanto correu que ali estão; no meu anterior agrupamento a coisa acontecer aconteceu, mas a digestão estava, pelo menos até ao final do ano letivo anterior, pesada, manifestamente lenta; no meu presente agrupamento eu sentia uma certa ligeireza digestiva; estranhava, é certo, mas... pois ontem e hoje alguém lá se desmanchou; ontem dando-me conta que quando vou ali é que vou trabalhar, nem respondi, pois claro, hoje um outro colega diz-me que passa por ali e depois segue para o seu cantinho que não é ali; deixo propositadamente à imaginação dos passantes onde é que se trabalha e qual o cantinho do colega; esquecem-se que as culturas não nascem em geração espontânea, trabalham-se, fomentam-se, cultivam-se, tratam-se

dinâmicas

hoje, no decorrer e no balanço que faço de uma aula de 7º ficou clarinho para mim que preciso de ter que mais do que duas estratégias de trabalho para uma mesma sessão de trabalho, vulgo aula, à medida que os alunos se apropriam de uma dinâmica de trabalho torna-se mais clara a necessidade de diversificar dinâmicas e estratégias de trabalho; hoje a turma entra e sem mais monta o estendal, isto é, organiza-se pelos diferentes grupos; há grupos que começam a trabalhar, em função das lideranças (assumidas ou reconhecidas) distribuem-se tarefas, dá-se trabalho a cada um; o prof (ou o pastor como costume dizer) não fez falta, sabiam por onde iam e o que tinham de fazer; no final da minha primeira volta pelos grupos o silêncio (ou, pelo menos, umas condições normais de trabalho) faz-se notar; sinto a turma a render, a ir em frente; tinha passado pouco mais de meia hora; a partir deste ponto começo a sentir os níveis e índices de ruído a subir, quando toca, a meio do bloco de 90',

coisas do século XXI

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coisas maravilhosas que por aqui acontecem; santa terrinha onde as prioridades andam um pouco aos trambolhões; dei com esta coisa no sítio do arlindo ; que é giro é, dá conta de lógicas, princípios e valores que se "alevantam"; enfim, o pior deste século

dúvidas

hoje aproveitei um pedido que os chefes fizeram e fiz também eu uma análise minha à minha turma; média da turma por esta altura, níveis 1 e 2, faltas por disciplina, quem poderá transitar, quem poderá ficar, em ou com que disciplinas entre outras foram algumas das questões que me orientaram; deu trabalho, foi um bom bocado da tarde; logo à minha pessoa que tenho manifestas dificuldades de relação com o número; mas gosto; chegado àquele ponto que considero que não consigo nem sei fazer mais, colocou-se-me a questão, será de enviar aos colegas? dar conta e conhecimento ao Conselho de turma e à diretora? o que fazer com este trabalho? olha, arrumei-o para memória futura, afinal ainda não terminaram as reuniões de conselho de turma, e, apesar dos dados, estamos, professores, claramente limitados nas possibilidades de ação, ninguém altera as suas práticas, poucos modificarão estratégias ou dinâmicas, não irão surgir novos recursos ou condições; deixa-te mas é tar quieto, ainda me

abaixo do nível

numa turma má onde existe um ou dois alunos bons, isto é, com claras capacidades de resolução individual de diferentes tipos de problemas e que por isso mesmo se expressam em percentagens em testes, os comportamentos coletivos nivelam-se por baixo, pelos ditos maus alunos; nunca percebi o por quê de os alunos se nivelarem pelo mais baixo da turma, por aquele que assume ser, de forma nem sempre clara, é certo, o idiota da corte, o palhaço do reino ou o arlequim do palco; os bons alunos são, na generalidade, centros de chacota, gozo, alvos a apontar quando não mesmo a abater; irrita-me solenemente que a estupidez de uns queira contagiar outros e que o nível seja pelo pior deles todos; até parece que estamos no país

acordo à esquerda

quebram-se barreiras, guardam-se fantasmas e esquecem-se os esqueletos nos armários; o que antes eram divergências hoje encontram-se consensos, o que foram diferenças são hoje pontes entre nós; não será eterno, mas... enquanto dura...; cada vez gosto mais de viver este meu tempo, é o tempo da conquista do espaço, da internet, das democratizações, da crescente politização, dos transplantes (até culturais e sociais); adoro; e na educação, o que nos estará reservado? algumas áreas, sem preferência, para memória futura perceber o que se mexe e por onde se mexe: prova de acesso à carreira; escolas com menos de 20 alunos ensino especial e necessidades educativas especiais ensino especializado e artístico currículo avaliação medidas de apoio e promoção do sucesso gestão escolar parque escolar (não é a empresa, mas aquele que existe e onde muito está longe de renovação); rede escolar etc, etc, etc vamos ver, quero ver, pago para estar por aqui a ver; gosto mesmo destes tempo

humildade e respeito

logo mais irá aparecer no ComRegras (com um refresh interessante) um artigo meu que tem por base uma frase que encontrei no livro "regressos quase perfeitos" (Antunes, 2015; edições tinta da china, pág. 38) A humildade e o respeito "foram os valores centrais que garantiram a ordem que colocava tudo no seu devido lugar” A partir desta frase escrevo sobre os comportamentos escolares para concluir que: A perda da humildade e do respeito enquanto valores que coloca[va]m ordem no caos social, implicou, ao nível da escola, a alteração de dinâmicas de sala de aula, do trabalho docente, da relação entre professores e alunos. Sem isso, sem essa alteração, não há quem resista, nem os alunos percebem o por quê do pensamento matemático ou da história de pedras e mortos (como um aluno me disse recentemente), nem os professores que esgotam a paciência e a si mesmos, em processos de (des)controlo da sua sala de aula.

perdas - abandono

há alunos que se arrastam pelos bancos das salas de aula; prolongam até ao limite a sua presença indiferente e alheada ao que por aqui se passa, se diz ou acontece; o mais das vezes são jovens que poucos querem na sua sala de aula, complicam, irritam, esgotam a paciência; hoje um deles faltou-me à aula da manhã e eu perguntei, que é feito dele... que não vem mais, abandonou; é pena, mais um indigente social que a sociedade acolhe nas margens de si mesma; a escola fica mais rica na sua pobreza; terá de ser assim? é inevitável que aconteça?

ser aluno

começou por ser uma ideia, está, presentemente, extensa e varia entre análise social e sociologia de grupos; falo da minha ideia do que é ser aluno hoje, 2015; daí ser tema de fim de semana; já deram conta de como aqueles que são rotulados e descritos como maus alunos assumem e se comportam como alunos modelo fora da sala de aula? é ver os alunos, mochila às costas, sempre impecável (não é usada, pois claro), qual estetoscópio médico que determina o nível profissional em qualquer lugar de saúde nacional; não é apenas o nível profissional que a mochila dá conta, é o próprio estatuto social que se assume na utilização da mochila, no comportamento direi, ritualizado do que é ser aluno, mesmo sendo mau aluno, ou particularmente por se ser mau aluno; e, quando se é mau aluno, mais importante se tornam todos os rituais que categorizam e classificam o que é ser aluno e, neste contexto, não importa se mau se bom, importa é que não haja dúvidas quanto ao que se é, aluno (tal como o este

a reforma e o tempo

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o correio da manhã de hoje, sábado, 7 de novembro, traz a notícia de que muitos que estão nas escolas já deram conta, a saída de inúmeros docentes; contabilidades à parte e a questão que se me coloca passa por tentar perceber os efeitos desta sangria nas culturas de escola; são os mais velhos que transportam toda a carga mais simbólica de uma escola, desde as estórias do que aconteceu, aos pequenos casos ou acasos que se perdem de tanto se contarem; os mais velhos são guarda viva de memórias passadas que se esfrangalham num presente; a transição, antes lenta desta memória, permitia que não se criassem hiatos e que as estórias e a memória passassem de uma figura a outra, de um conto a outro e, dessa forma, enriquecessem a cultura profissional e escolar; a ausência desta memória, o esvaziamento do passado que consequências terá na escola e na sua organização? que efeitos pedagógicos e sociais (ou socioprofissionais) terá o corte abrupto da memória coletiva? que raízes se desc

grupos de nível

os grupos de nível, muito associados à estratégia da turma+, podem ser um factor de desenvolvimento e interiorização do trabalho por parte dos alunos; a minha disciplina, história, raramente esteve debaixo da alçada (intervencionada) da turma+; habitualmente trabalho por grupos; mas também habitualmente são os alunos que se organizam, inicialmente por que não os conheço o suficiente para juntar elementos, depois por que me interessa potenciar relações; de quando em vez junto ou promovo o que hoje se designa por díades, grupos de 2 ou 4 elementos em que metade tem dificuldades nos conteúdos e a outra metade é barra no processo; desta feita vou organizar os grupos por nível de competência, quem está e pretende sair do 2, quem está entre o 3 e o 4 e os restantes, entre 4 e 5; papel e lápis na mão e vou experimentar;

tempo

esta semana tem decorrido em perfeita normalidade (e bato na madeira três vezes de modo a evitar surpresas no tempo que ainda falta); persisto e insisto, negoceio e rateio, vou à frente e volto atrás, mas afirmo o meu caminho perante as turmas, aquelas mais complexas; desta feita e sem qualquer garantia de sustentabilidade, vejo que estou no caminho certo; não é (apenas) uma questão de teimosia, passa, e muito, por analisar a situação, procurar diversos e diferentes pontos de vista, experimentar, arriscar outros modos e outras formas, ver e esperar, cá está o tempo como variável essencial, os resultados, saber e perceber se um momento é de confiar ou de desconfiar, de persistir ou de insistir; Os meus apontamentos são essenciais para garantir coerência de atitudes, não me desviar de forma menos correta ou, nas palavras dos alunos, injusta - e o sentimento de justiça para um aluno é determinante na afirmação da relação com o professor; e esta semana tem valido a pena; dei os pa

dúvidas

de quando em vez fico sem saber o que escrever ou sobre o que escrever; não são dúvidas existenciais, são mais metodológicas, isto é, este espaço é sobre as aulas e a escola e, de quando em vez, não me apetece dizer nada sobre uma ou outra, porque não me apetece, ponto.

coisas de nada

uma pessoa escreve e divaga, disserta e opina e a escrita passa, o mais das vezes, por entre alguma indiferença e um qualquer sentimento contido; depois, por uma escrita simples, há quem registe, comente, acrescente e opine; destas eu gosto mais, sinto-me mais acompanhado; ontem em texto publicado no ComRegras sobre alguma coisa de positivo, gostei de ver e ler os comentários; gostei, essencialmente, das coisas positivas que ali se encontraram; É tão fácil quanto delicado, tão difícil quanto oportuno. Precisamos de qualquer coisa positiva que nos ajude e ilumine os dias. Se for um sorriso, um obrigado, um olhar descomprometido mas simpático, seria bom. Verá que o espelho lhe agradecerá.

memórias de elefante

escrevo por aqui e por ali faz tempo, anos; nunca apaguei nem fechei os sítios por onde deixei escrita e já foram alguns; estão por aí, para poder avaliar (e, se assim se entender, ajuizar) de coerências, contradições, posições e opiniões; vai daí e fui lá atrás, afinal estou num agrupamento em que já estive; que escrevi eu quando por aqui estive? que notas e apontamentos deixei? que posts/entradas criei? é que a internet permite-nos uma memória de elefante, não precisamos de muito para repescar escritos, ideias; vai daí e dei com esta preciosidade   escrita em 17 de outubro e ainda esta , datada de 11 de novembro, de... 2003; estava eu em exercício de funções na então escola secundária de montemor-o-novo; mas há mais, muitas mais; 12 anos depois de as ter escrito e permanece tudo igual, na mesma, por quê? digam lá que é dos alunos..., das políticas..., dos governos... não será falta de um sentido coletivo do local?