uma questão de poder

retomo uma entrada minha e uma notícia de fim de semana;

será tão certo quanto inevitável que os poderes locais se alarguem e abranjam áreas que até há pouco era ou impensável ou altamente melindroso;

a educação, a saúde, diferentes dimensões da segurança social terão tendência para se deslocarem para o local;

a questão, no que se refere à educação (mas não só) passa pelos receios que muitos têm que o poder local (onde nem todos têm a mesma concepção de democracia e de gestão local) interfira, ganhe entrada de ingerência na escola e exista influência/interferência na gestão escolar;

ingerência e interferência que não interesse, pois há muito que os poderes locais são chamados à escola (tal como os pais) para resolver problemas mas, raramente, para que deixem a sua opinião, o seu contributo; só recentemente o fazem por via legislativa;

a questão passa, no meu entendimento, por o local profissional saber afirmar a sua posição, defender os seus interesses, fazer valer a sua posição e as suas ideias;

e só será possível mediante a participação, o envolvimento e a militância profissional;

se o local profissional, há semelhança dos alunos, mostrar desinteresse, se alhear dos seus destinos, se  afirmar pela indiferença, pelo deixa andar não me moam, nessa situação estou certo que outros ocuparão o seu espaço;

e é o que se passa em muitos conselhos gerais; mais por ausência de ideia e de uma posição profissional do grupo docente, outros (pais, município, cooptados) têm ocupado aquele que era o espaço pedagógico dos professores, afirmando e defendendo ideias e posições que deviam ser os professores a dizerem suas;

compete ao local profissional ora vivificar os espaços locais de participação profissional, como criar outros que permitam afirmar e defender ideias e propostas, ser alternativa a desvarios vários;

aqui estou de acordo com o presidente, só há ditadores por que alguém os consente;

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