quem manda na educação

mas afinal, alguém tem de mandar na educação? a propósito de um artigo desonesto e incorreto (se por opção se deliberadamente quem de direito que o diga);

gosto de ler tudo o que me aparece sobre educação - e não só; sou plural nas minhas leituras porque só assim consigo ter uma opinião minha e ideias próprias;

de tal modo que tive, durante muito tempo na minha antiga residência, o blogue daquele que veio a ser ministro da economia, álvaro pereira; como tenho nos feed muita gente com quem não concordo nem me revejo, mas considero úteis em termos de pluralismo, de ideias, de formação de opinião;

agora assumam-se, saiam do armário, não tenham (ou tenham, não sei) vergonha e digam que a escola não é para todos mas de alguns, que o esforço e os apoios não devem ser públicos mas privados, que a concorrência não é salutar mas seletiva, que a escola serve, afinal, para diferenciar e descriminar, nivelar por competências básicas e funcionais, que o trabalho dos profes mais não é que criar rótulos, definir etiquetas, carimbar a separação (darwinsta) entre uma escola de alguns e uma escola para alguns, que as profissões estão reservadas a uns e a outros - consoante contextos, enquadramentos ou possibilidades; (já agora, onde fica o interior nesta guerra?);

a educação (e a escola) têm sido território fértil para devaneios ideológicos e derivas sectárias - e tanto aconteceram em governos psd (com ou sem pp) como em governos ps (nomeadamente quando se tiveram de assumir opções de política educativa pelos custos);

a opção por exames nunca foi discutida, foi sempre ideológica (e transversal, não nos fiquemos pelos encosto esquerda/direita, há gente do pc que defende o rigor dos exames, há gente do pp que os considera uma despesa);

como a autonomia, célebre desde r. carneiro até hoje (ou até ontem, mediante a municipalização) que mais não é que equacionar custos e despesas e não formas de gestão e menos ainda de administração escolar ou educativa; como os currículos, como a formação de adultos, como o ensino especial, como o ensino articulado...

e os estudos têm revelado de tudo e não são nem estão isentos das suas opções (sejam elas valorativas ou ideológicas); não são nem asséticos nem neutros;

mais do que equacionar o papel dos exames (e tanto podem ser de aferição de rendimentos como de regulação de práticas, entre muitas outras dimensões) discuta-se qual o papel da escola no século XXI, formar ou instruir?, educar ou orientar? instrumento profissional ou elemento social?

mais, agora que as áreas da juventude e do desporto também estão sob a alçada educativa, qual a relação entre dimensões da educação (formal, não formal, informal)? qual as relações passíveis de entender entre associativismo e educação e escola?

qual a relação que se pode e deve instituir entre redes de educação, escolarização e formação? que projetos educativos (escolares, municipais, regionais), como se articularão as suas diferentes dimensões e níveis de ação?,

e tanto fica por dizer e escrever - que fazer com o segundo ciclo perfeitamente desajustado e, no tempo, descontextualizado? que fazer com o profissional? que estratégias de sucesso e de promoção dos territórios educativos? qual o papel do e no 1º ciclo, antes monodocência hoje campo de muitos e de nenhum?

Comentários

Mensagens populares deste blogue

os próximos

regras

de regresso