contradições esquizoides

o texto completo está aqui, por aqui duas notas sobre o 25 de abril

primeira, sobre a referência que

O país (...) tinha produzido uma pequena e idiossincrática utopia de contenção e moderação, de costumes cinzentos e brandos, de honradez na pobreza em cenários pacatos de ruralidade numa tensão representativa contraditória, para não dizer esquizóide.

Por um lado, os portugueses eram passivamente transparentes, invisíveis nas paisagens líricas de aldeias de xisto, granito, ou cal, satisfeitos na sua contida pobreza, comedidos, sem ímpetos de melhoramento e auto-superação, murmurando fados, tangendo guitarras em tom menor, não se envolvendo em rixas, (...). 

Por outro lado, eram os grandes heróis do mundo, os pioneiros, os mais fortes, os mais humanistas, os mais compreensivos, os mais interactivos, em suma, os primeiros e os melhores. 

in Bastos, C. 2017. Utopias, portais e antropologias urbanas: Gilberto Velho em Lisboa. In. Análise Social, 222, LII (1.º), pp. 162-174

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