abril

na sequência da entrada anterior, mais um apontamento, cujo texto completo está aqui;

a escola e abril

A escola teve um papel fundamental na cristalização de ideias e modelos, na naturalização de situações [inerentes à ideologia do Estado Novo]. e mantém muito de uma aparente contradição esquizóide;

O trabalho escolar ora é visto na fronteira do lúdico, ora como desiderato de exigência e rigor.

Ora é considerado como elemento de mobilidade social, ora castigo pessoal por via da falta de empenho e/ou de vontade.

Ora nos carregam com objetivos, metas, competências ou indicadores, típicos de lógicas neoliberais, ora apelam à consciência de um perfil humanista (p. 6).

Ora nos orgulhamos dos resultados alcançados, do percurso feito, ora nos sentimos constrangidos pela persistência de um analfabetismo que, apesar de estarmos no século XXI, ultrapassava, em 2011, os 5%.

Ora a escola é vista como local de exercício de autonomias, com profissionais reflexivos e empreendedores, ora é vista como extensão de uma administração pública onde funcionários zelosos cumprem obrigações.

Ora a escola é vista como espaço de participação e de construção, ora como lócus de modelos funcionais de obediência.

Ora a escola é vista à luz de um plano tecnológico de fazer inveja, ora ficamos constrangidos por faltas tão básicas quanto as de papel higiénico ou de fotocópias.

Há ainda um largo, demasiadamente largo, espaço de antanho que é preciso arrumar. 

E há lógicas que parecem persistir 

Mesmo na escola com lógicas de meritocracia mal disfarçadas de rigor e exigência. 

Mesmo na profissão docente, arreigados que estamos a um currículo prescrito e não construído, na consideração do aluno enquanto objeto e não como sujeito. 

São lógicas de há muito e que persistem em nós.

aquilo que de mais importante abril nos deixou foi/é que o destino é o que dele fazemos e não aquilo que uns mandam que seja.

Viva abril

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