a sociedade na sala de aula
a partir da morte de um miúdo em portimão, referenciado há que tempos perante a cpcj local, ou e por mera coincidência, ou talvez não, o desaparecimento de um outro na zona norte, levam-me a considerar a circunstância de serem alunos, de passarem o tempo na escola, de se cruzarem com, pelo menos, uma dúzia de docentes, estarem a ser acompanhados por técnicos e outros elementos associados à escola e, ainda assim, as coisas acontecerem;
uma e outra situação, por ventura por acontecerem na mesma semana, levam a tentar colocar-me na pele daqueles meus colegas que estão com eles, com esses miúdos, diariamente, que com eles se cruzam, que os ouvem, e que se aperceberão de situações, tensões, sonhos, arrependimentos, vontades, hesitações, tudo o que pode passar pela cabeça de um miúdo de 13 ou de 15 anos;
qual o seu estado de espanto, qual o seu estado de estupefacção perante os acontecimentos, como se julgarão e consideração;
daqui o meu abraço e a minha total solidariedade,
há muito que me bato, defendo e afirmo que o aluno tem ficado submerso pela quantidade de papéis a que qualquer docente está obrigado, pelos afazeres sempre para ontem a que um diretor de turma está sujeito;
se, para além das rotinas e procedimentos ditos normais, acrescentarmos a circunstância de as escolas/agrupamentos se encontrarem em territórios educativos prioritários, se o devaneio de um qualquer conselho geral optou por subscrever um contrato de autonomia, se os alunos por ventura são de grupos/turma não regulares (sei lá, percursos alternativos, cursos vocacionais, piefs) então dará para perceber um pouco mais e um pouco melhor a circunstância de estes alunos não terem a resposta necessária na sua escola e que conduz um à morte, outro à fuga;
de há coisa de 10/15 anos a escola tem estado centrada em políticas quantitativas, numéricas, recheada de indicadores e referenciais, de taxas de ação e execução, planos de intervenção e tudo o o mais,
a pessoa, essa coisa feita de sentimentos e emoções que se espraia na conflitualidade de uma sala de aula, terá sido esquecida?
será que todos os planos feitos, os indicadores criados compensarão as mortes havidas, as fugas que acontecem?
será que sem esses planos, indicadores, rácios e outros estaríamos na selvajaria do século xix?
será que compensa efetivamente ter menos docentes e menos tempo para acompanhar situações, promover projetos, estar com os alunos?
será que compensa a redução do custo/hora docente ou de funcionamento da escola?
uma e outra situação, por ventura por acontecerem na mesma semana, levam a tentar colocar-me na pele daqueles meus colegas que estão com eles, com esses miúdos, diariamente, que com eles se cruzam, que os ouvem, e que se aperceberão de situações, tensões, sonhos, arrependimentos, vontades, hesitações, tudo o que pode passar pela cabeça de um miúdo de 13 ou de 15 anos;
qual o seu estado de espanto, qual o seu estado de estupefacção perante os acontecimentos, como se julgarão e consideração;
daqui o meu abraço e a minha total solidariedade,
há muito que me bato, defendo e afirmo que o aluno tem ficado submerso pela quantidade de papéis a que qualquer docente está obrigado, pelos afazeres sempre para ontem a que um diretor de turma está sujeito;
se, para além das rotinas e procedimentos ditos normais, acrescentarmos a circunstância de as escolas/agrupamentos se encontrarem em territórios educativos prioritários, se o devaneio de um qualquer conselho geral optou por subscrever um contrato de autonomia, se os alunos por ventura são de grupos/turma não regulares (sei lá, percursos alternativos, cursos vocacionais, piefs) então dará para perceber um pouco mais e um pouco melhor a circunstância de estes alunos não terem a resposta necessária na sua escola e que conduz um à morte, outro à fuga;
de há coisa de 10/15 anos a escola tem estado centrada em políticas quantitativas, numéricas, recheada de indicadores e referenciais, de taxas de ação e execução, planos de intervenção e tudo o o mais,
a pessoa, essa coisa feita de sentimentos e emoções que se espraia na conflitualidade de uma sala de aula, terá sido esquecida?
será que todos os planos feitos, os indicadores criados compensarão as mortes havidas, as fugas que acontecem?
será que sem esses planos, indicadores, rácios e outros estaríamos na selvajaria do século xix?
será que compensa efetivamente ter menos docentes e menos tempo para acompanhar situações, promover projetos, estar com os alunos?
será que compensa a redução do custo/hora docente ou de funcionamento da escola?
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