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A mostrar mensagens de maio, 2017

off line

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vou parar um pouco ; para além do cansaço próprio de um quase fim de ano letivo, preciso de tempo para a minha pessoa , preciso de me concentrar naquilo que prezo e considero prioritário; é um desligar, não sei se demorado nem se não, a ver vamos (diz o cego da minha terra) ;

mudar

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na passada sexta feira, ao se concluir a ação de formação na minha escola alguém levantou a questão sobre a circunstância de termos uma escola do século XIX professores do século XX alunos do século XXI o que fazer para (re)equilibrar a coisa? estarei quase certo que ninguém quer regressar nem ao século XIX nem ao século XX; a opção será mesmo de afirmar o século XXI , digo eu, pois claro; mas muitos quererão o rigor da disciplina, a organização funcional do século XIX; outros irão apelar ao retorno dos gloriosos 30 (o período do pós guerra marcado por um claro desenvolvimento europeu) de modo que o emprego seja uma consequência do estudar; outros irão oscilar, hesitar entre modernices e tradição; estabilidade e inovação; ficar ou partir; a coisa que se coloca passa como mudar? como (re)equilibrar estas diferentes lógicas? ninguém muda porque dizem para mudar; ninguém muda por decreto; ninguém muda sozinho; ninguém muda sem se saber para o que se muda;

conversa

na passada sexta feira, terminou a formação que tive o privilégio de organizar, a pedido e por indicação da minha diretora; por circunstâncias que não vêm ao caso tive de ir buscar e levar um dos conferencistas do último dia, o Prof. António Teodoro, um dos fundadores do movimento sindical docente; um privilégio enorme não apenas ter conhecido pessoalmente quem conheço desde que comecei nas coisas da escola e da educação mas, essencialmente, um privilégio em ter privado e trocado ideias durante duas viagens; das conversas retiro duas notas a importância, a determinância de trocarmos conversa olhos nos olhos, sem elementos de mediação, sejam eles virtuais ou o raio; o essencial baseia.se numa conversa tu cá tu lá, onde trocamos ideias, argumentos, estórias e afetos; a conversa torna-se essencial, determinante para percebermos o que somos; tal como o povo tuga costuma dizer, as conversas são como as cerejas, vêm uma atrás da outra e só olhos nos olhos, num frente a frente iss

ousar e experimentar

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por vezes posso dar a parecer que sou diferente dos outros; não sou; sou apenas mais um que gosta de escrever e dar conta do que escreve; coisa diferente do que me julgar diferente; sexta feira uma nota que adorei fomos jantar ao restaurante chinês onde vamos há c’anos; a proprietária, que nos conhece desde sempre, algo irritada pelas dúvidas e hesitações das nossas escolhas, sentiu-se à-vontade para se imiscuir e nos dizer e corrigir,  que vamos ali para comer, não para degostar; nunca arriscamos, é sempre o mesmo e é mesmo;  não arriscamos, não ousamos, não experimentamos;  e a vida é mesmo assim,  repetimos, persistimos e insistimos no mesmo;  é difícil, senão mesmo arriscado, sair da nossa zona de conforto;  por muito que até possamos perceber que ficamos a perder, que tenhamos consciência que podia ser diferente;  mas não arriscamos, persistimos e insistimos;  repetimos os mesmos rituais, insistimos no mesmo quotidiano como se, pe

o que se passa

já tinha escrito que o difícil neste período passaria por chegar ao fim; muitos já desistiram; outros percebem que já está; outros ainda que entre esforço e deixa andar a diferença será curta; já deixei de pensar que sou eu que estou a ser mau professor, por não conseguir envolver, implicar e interessar os alunos; ficou para trás o pensar que pode ser o facto de se estranhar uma metodologia de trabalho; há muito que percebi que não é apenas comigo, não sou só eu a sentir o que sinto enquanto profissional; há mais; há muitos que ou o dizem quando questionados, ou o pensam de mansinho; já deu para perceber que na escola básica que frequento há poucas turmas (ou nenhuma) direi, regular, normal, do 5º ao 9º cada uma é pior que a outra; desinteresse, alheamento, indiferença, apatia, falta de autonomia, displicência absoluta; um le se faire le se passer irritante, constrangedor para quem trabalha; já tive alunos complicados, já tive turmas complexas, agora estou numa escola

regras

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estava parado no corredor em conversa com grupo de alunos; entretanto uma aluna atende o telefone e percebo que é conversa com o pai; fiquei pra morrer; a forma como falou (?) com o pai deu para perceber a minha dificuldade em fazer com que perceba a diferença entre o que é estar em sala de aula e na sala de convívio, em falar com um adulto e em falar com colegas; percebi que é quase impossível mostrar a uma recém adolescente que há regras e há modos de se falar, e que não podemos tratar, quem quer que seja, a pontapé, ao grito, pela desconsideração, com falta de respeito; boa conversa né... afinal eu é que sou o cota

da obesidade

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não posso deixar de referir e ir atrás, daquele que é o tema de hoje, a obesidade infantil (e adolescente e adulta); não estou obeso, mas se perdesse uns kilitos haveria muito a ganhar, mas tá difícil; de acordo com o que se vincula cá por casa, não há obesos por gosto, porque o querem ser; quem é obeso é porque, sem querer, faz por isso; e é ver as escolas, reparar nos miúdos em tempos de recreio para perceber o problema; a vida quotidiana proporciona a isso, é verdade, mas nada fazemos para contrariar isso; apesar dos impostos nos produtos açucarados, na obrigatoriedade da educação física até ao 12º, apesar das caminhadas que por todo o país se vêem, o certo é que estamos gordos; o certo é que estamos a criar gordos...

coisas de um microclima

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aula de oferta complementar trocávamos ideias sobre o hoje e o amanhã, numa lógica de tentar passar a ideia que há um amanhã e que podemos e devemos trabalhar para ele e na universidade, o que pensas fazer quase sem hesitar, de forma algo espontânea, responde com uma outra pergunta, universidade? perder tempo para quê? perder tempo? pois, o que é lá vou fazer se posso começar a trabalhar mais cedo e não perder tempo; perder tempo?

opções

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conversa simples com uma outra professora, ela como eu, deslocada por aproximação; quais as probabilidades de ficar para o próximo ano? zero, nenhumas, nicles, responde de forma pronta, porquê essa determinação tão certa por esta altura? porque não concorri, descobri que há coisas piores do que estar longe de casa; prefiro estar longe do que ter o horário que tenho que certamente será o mesmo ou muito parecido!!! ah, fiz eu.. só para esclarecer, a professora, tem duas turmas de 7º, uma de 8º (intragável pelo desinteresse), um décimo profissional, um grupo pief e aulas à noite; um dos dias tem aulas de manhã e à noite.. percebi perfeitamente

de volta ao passado

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o ataque informático do qual muitos foram vítimas (apesar de não conhecer ninguém afetado, apenas a esposa, saúde, ficou condicionada no acesso ao seu e-mail profissional) mostra a vulnerabilidade dos tempos e das organizações ; antes, por falta de luz ou simplesmente por falta de zelo, lá se ia a informação; hoje vale dinheiro, ainda que pouco, mas provoca grandes dores de cabeça; na escolinha, desde o início do ano, que a informática tem estragado estratégias, planos de aulas e dado muita dor de cabeça a muito boa gente; mesmo a gente que pouco utiliza a informática mas somos todos obrigados ao livro de ponto de tal forma cansados da informática que, na semana passada, havia quem pedisse o regresso do livro de ponto ... e dizem que a moenga é para continuar...

da economia

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e da escola; este é um blogue sobre a escola e sobre a sala de aula ; mas, na escola e na sala de aula, também entra a vida  como ela é e o que dela faz parte; as notícias de hoje , ao darem conta da significativa taxa de crescimento portuguesa no 1º trimestre, mostram que há sempre alternativas - por muito que digam que não; há sempre mais que uma forma de esfolar coelhos, dar conta do recado, cumprir promessas; também na escola e em sala de aula, há sempre uma outra forma, um outro modo de atingir resultados;

flexibilidade, para que vos quero

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a questão da flexibilidade não pode, nem deve, funcionar por si; coisa óbvia, mas, por aquilo que oiço e leio, não é parece assim tão clara; a flexibilidade (curricular, organizacional, escolar, pedagógica, profissional, ou o que se entenda) deve funcionar como capacidade de adaptação de respostas (soluções) a problemas; passar da rigidez industrial e organizacional que carateriza a escola desde o início do século XX, para além das sempre saudáveis ilhas de diferenciação, para uma rigidez assente em pretensa flexibilidade mais vale estar quieto; a flexibilidade, como tudo, deve responder a problemas e, para além disso, deve ser encarada como estratégia de um trabalho; a questão é que muitos não fazem a mínima ideia de como utilizar a flexibilidade; além do mais implica alterações a rotinas do quotidiano, coisa que em muitas escolas preferem estar mal do que experimentar alternativas;

desligado

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por opção e talvez vocação, já que estamos próximos do 13 de maio, desligo-me do facebook e ligo-me, cada vez mais aos livros e há livros que me deixam ... assim, a modos que...

crise? que crise?

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estive por fora, a ouvir coisas ; retiro duas notas, nada simpáticas; o Prof. Licínio Lima chuta, na sua conferência, que as ciências da educação se encontram em crise; estranhei, franzi o sobrolho; questionei-me se esta crise é aquela crise da escola que vem de há muito; no final do simpósio e a considerar o que vi e o que ouvi, dou-lhe razão; direi que há ou que se faz sentir uma crise temática, conceptual; temas chouchos, frouchos, quase todos a atirar para trás, para o passado, desconexos de um presente e menos ainda dos futuros; temas e comunicações de conformidade, sem risco e mais pobres ainda de criatividade, sem ousadia... a merecer uma revisitação mais aprofundada, mas direi que o problema das chamadas ou ditas ciências da educação são problemas de desligamento entre problemas e soluções, entre análise e prospetiva, entre o que tivemos e o que que temos e o que queremos; isto é, todas as ciências que deixam de articular problemas e soluções, análise e

elogios

ao fim de quase dois anos ouvi hoje os primeiros elogios ao trabalho de projeto; foi preciso todo este tempo para que a tradicional desconfiança alentejana fosse ligeiramente penetrada pela dúvida? vale sempre a pena

mais do mesmo

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continuo a defender a necessidade de flexibilidade na escola, na organização educativa, no trabalho dos professores; todos, defendem o mesmo, que a coisa está gasta, que estamos cansados do mesmo; e, se assim é, porquê insistir? daria várias (e diferentes) respostas; fico apenas a pensar que quando um tipo não sabe até os ditos cujos incomodam

experiência

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mediante curiosidade, desafio e algum risco experimenta-se a metodologia de trabalho por projeto ma turma (8º ano), três disciplinas (história, ciências naturais e geografia), um objetivo e uma questão em comum - da revolução agrícola aos tempos do digital, qual o espaço para o interior do país? organizou-se o processo, definiram-se as metodologias e o calendário, identificaram-se conteúdos e conceitos; articularam-se critérios de organização, avaliação e orientação ao aluno; os alunos sentem as dificuldades de fazer a mesma coisa em três disciplinas de encontrar uma resposta que não está no Dr. Google (nem nos manuais); os professores o receio de não cumprirem o programa; de darem respostas quando o que se preternde são perguntas; uns e outros de se entenderem na dinâmica; amanhã termina a primeira semana de trabalho, há mais dúvidas que certezas, nota-se mais a ansiedade que a conformidade; há quem descubra, se insinue que podemos fazer diferente e não devia ser

flexibilidade

há muito que defendo que um dos problemas do sistema educativo passa pela sua rigidez; já lá vai o tempo, se é que houve alguma vez esse tempo, de ensinar a muitos como se de um só se tratasse; do pronto a vestir escolar e pedagógico, com medida certa, preceito definido e bainha à altura; de há uns anos a esta parte esse receituário não pega e, em muitas escolas, os professores, a gestão, sozinhos ou em parcerias, criam-se e recriam-se alternativas; algumas já contempladas, desde os percursos curriculares alternativos, aos cursos de educação e formação, aos profissionais disto e daquilo, a leitura particulares da turma + ou a projetos disto e daquilo a diversidade é mais que muita num país que se julga centralista e homogéneo, há muita coisa criatividade e diversidade e por muito lado, com maior ou menor legitimidade, com mais ou menos conformidade, com mais ou menos conhecimento do parceiro os professores fazem uma gestão criativa do currículo, dos programas; fazem reinter