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coisas da tradição

estou (grandemente) certo que caso se pergunte a uma qualquer pessoa se as coisas mudaram muito ou pouco desde, por exemplo, o início do século, só para arranjar uma data redondinha, a grande maioria diria que sim; e diria que sim, que (quase tudo) mudou sem pestanejar, sem perguntar em que áreas, qual a percepção de mudança, quais os critérios dessa ou para essa mudança; pois é, contudo ouvi há dias daquelas coisas que mostram que apesar do que possa parecer, da ideia que cada um de nós pode ter sobre a mudança (e restrinjo-me a dimensões sociais e profissionais), como persistem (e se mantém) pequenas coisas que fazem grandes diferenças (e dão conta da estabilidade, da longa duração); ouvi uma senhora, toda bem posta e com enormes responsabilidades na vida democrática nacional, que um estetoscópio é instrumento de médico e não de enfermeiro; a enfermeira cá de casa não disse, mas estou certo que terá desejado à senhora que quando fosse vista por um enfermeiro que lhe enfiasse

coisas das ideias e dos valores

simples conversa entre três docentes; não era hora de café mas quase; um comenta sobre o papel dos professores no (in)sucesso dos alunos; outro diz assim, outro assado; monta-se uma conversa onde circulam mais que meras ou simples opiniões, são mesmo ideias de escola e de docente, como ideias de aluno e de (ou do) trabalho escolar; facilmente se percebe que numa amena cavaqueira o que mais há de diferente são valores sobre a escola, a forma como cada um a vê, sente, percepciona e trabalha; não havendo estratégias de articulação destas diferenças - sempre saudáveis e úteis, desde que não sirvam de forças de bloqueio - então o pessoal fica acantonado cada qual a seu lado e no seu canto; e depois dizem que é das políticas e dos governos - também é, mas deve-se muito mais à inexistência de pontes e de consensos em termos locais;