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A mostrar mensagens de maio, 2016

recursos humanos

na generalidade das instituições (em particular das escolas) não conheço, não me apercebo, não vislumbro estratégia de gestão de recursos humanos; certamente que aquando da distribuição de serviço docente deverão existir critérios, orientações, umas explicitas e conhecidas, outras nem tanto, sobre a coisa, mais não seja naquilo que uns quantos designam de perfil para (o que quer que seja); mas uma estratégia sustentada, orientada, coerente, organizada, divulgada, eventualmente mas não necessariamente debatida, não conheço; cada um faz o que pode, o que sabe ou simplesmente o que quer; cada um segue mais ou menos as suas orientações, com maior ou menor criatividade, flexibilidade ou ligeireza; mas gosto de ver, neste final de ano escolar, o quanto brilham alguns olhinhos de docentes quando organizam coisas que gostam, promovem iniciativas na qual se reconhecem e assumem; foi ver uns quantos cabisbaixos, quase que adoentados ao longo do ano, de repente, por iniciativa própria f

do público

e do privado não me tenho imiscuído nas questões do público e do privado por considerar que é uma excessiva cacofonia o que por aí há e se regista; nada tenho contra o privado, nem destaco de sobre maneira o público; para além disto não consigo acrescentar nada ao debate; contudo, não resisto a comentar, om porquê deste protagonismo individual do amarelo na comunicação social? o porquê e o como manter uma agenda ocupada quando tudo o demais tem sofrido a bom sofrer? o porquê de se dar destaque a um só lado, como se a existisse apenas uma verdade, uma voz? o por quê do excessivo silêncio quer do ministério da tutela, quer dos sindicatos do setor?

uma coisa é uma coisa

outra coisa é outra coisa; esta notícia , que achei interessante, daria mano para mangas para quem, como eu, gosta de analisar e perceber as situações de disciplina, as alterações de comportamentos; sumariamente chega-se à conclusão que existem diferentes perspetivas de análise, de avaliação como de consideração sobre aquilo que uns e outros designam como indisciplina; para uns, alunos, diminuiu, para outros, diretores, aumentou; e eu ainda pergunto, e os senhores diretores tiraram a ideia de onde? das participações? dos comentários? dos registos? da sua própria percepção? mais, se fossemos ver as ideias que cada um dos entrevistados carrega sobre a concepção de indisciplina muito provavelmente ficaríamos ainda mais surpresos com a coisa;

coisas novas

aqui ao lado ficam, desde hoje, duas ligações novas, uma sobre o project based learning - mesmo coisas das aulas; outra de alguém que não é marado das ideias e ao qual não falta sal, não senhor - e que eu gosto imenso (de ler e ouvir);

experiências

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e expetativas a partir da school education gateway vá de me envolver numa área onde digo trabalhar há já algum tempo e onde preciso de mais e mais informação; sozinho não aprendo, nada melhor que partilhar com outros, mesmo que os outros estejam a milhas daqui; é preciso é querer, o resto logo se verá - no fim farei os meus prognósticos;

por acaso

sou dos que defendo e afirmo acreditar no pai natal e no coelhinho da páscoa, mas não acredito em coincidências; em educação e na escola nada surge por acaso, nada acontece por mera coincidência; tudo resulta do trabalho (ou da sua falta), da dinâmica (ou da sua ausência), do empenho e determinação (ou dos modos como se orientou e dinamizou o trabalho) que se coloca na ação de todos os dias; em educação e na escola precisa-se, muito mais que noutros campos, de coerência, persistência, perseverança; em educação e na escola precisa-se, muito mais que noutros campos, de tempo; para crescer, conhecer, ser, duvidar, questionar, aprender, decidir; quando muitos se mostram espantados pelo empenho, entusiasmo e trabalho de alguns alunos, em particular daqueles que vivem da fama (e de algum proveito) de nada fazer, não acontece por acaso, não é mera coincidência; em educação e na escola nada surge por acaso, nada acontece por mera coincidência; e como gosto de chegar aqui e de ver

surpresas

final do ano letivo e as propostas de trabalho que apresentei (o tempo do castelo) assumem o cruzamento entre uma dimensão de rigor e exigências (ao nível disciplinar) com dimensão lúdica (assumido o final de ano e de aprender a brincar); com este cruzamento apenas pretendo aprofundar o tempo histórico, por um lado, como o de ajudar o aluno a criar os seus sentidos de trabalho escolar, de organização e orientação sem que ele se aperceba mas que, quase que de repente, a coisa esteja ou seja evidente para o próprio; na apresentação, que fiz na semana passada, não senti grandes reações, nem foram feitos comentários que despertassem alguma atenção; no decorrer da semana as perguntas que me chegaram foram escassas e de uma aluna apenas; hoje, em contexto de sala de aula, ia preparado para fazer o ponto de situação e, se fosse necessário e para quem o fosse, reconfigurar estratégias, alterar propostas; qual quê, fui deveras surpreendido pelos alunos, empenhados, interessados, curio

resultados e processos

há uns anos atrás um chefe que tive virou-se para mim e apregoou clara e assumidamente em tom menos bom és um tipo de processos e não de resultados; na circunstância não retorqui, considerei que não era o contexto; depois tive oportunidade de trocar ideias com ele (pessoa de quem muito gosto); efetivamente não há resultados sem processos, são estes, no meu entendimento, os elementos determinantes não apenas para obter resultados mas, particularmente, para consolidar resultados; o processo de promoção do sucesso tem passado, em excesso, no meu entendimento, pelos indicadores de resultado, minimizando processos (ainda que estejam presentes, mas não lhe concedem o lugar de destaque e de prevalência que considero mais necessário); aparentemente a coisa ir-se-á manter, sucesso pelos indicadores de medida, pelos objetivos alcançados, pelas medidas comparativas - afinal o meu antigo chefe é um dos responsáveis pela promoção do sucesso; e eu pergunto, não seria tempo e oportunida

sobre a mudança

por vezes sou crítico (quase sempre, assumo); primeiro por que gosto de pensar com a minha cabeça, para os meus botões mas em voz alta e sobre os meus contextos (de espaço, de tempo, de saberes); mas também por que gosto de equacionar outros modos de fazer a coisa, alternativas aos sentidos únicos; assumo plenamente a responsabilidade dos meus atos, condição essencial para o exercício da minha autonomia profissional; habitualmente deixo as pessoas a pensar e a pensar mal de mim, que sou destrutivo, pessimista, derrotista - nada de mais errado; ultimamente faço perguntas, sou muito mais mesquinho e rebuscado, as pessoas gostam mais e as opiniões, pelo menos algumas, até se mudam; não quero mudar o mundo, quero apenas mudar o que está ao meu alcance e há tanta coisa ao meu alcance

sobre as tutorias

um curto parágrafo do que escrevi no sítio ComRegras : (...) as tutorias  não se podem constituir como resposta organizacional ao desinteresse, desmotivação, alheamento e indiferença do aluno. Nem tão pouco à falta de bases ou pré requisitos, à escassez de hábitos e métodos de estudo, entre as coisas mais ou menos habituais.  A tutoria é um processo individual. A escola precisa de respostas organizacionais, coletivas.

regulação pela ação

a segunda versão do provável despacho relativo à organização do próximo ano letivo tem coisas que considero interessante; direi que assenta em processos de regulação pela ação docente expre3ssos no artº 2º dos princípios; a questão que se me coloca é outra e direi que algumas das suas alíneas podem ter uma tradução prática, assim (primeiro o exposto na proposta a seguir ao sinal a minha tradução): Definição de regras e procedimentos que permitam o trabalho regular em equipa de professores, tais como a preparação e a realização conjunta das atividades letivas, bem como a avaliação das aprendizagens = o chefe manda, os outros obedecem;  Implementação de momentos específicos de partilha, reflexão dos docentes sobre as práticas pedagógicas = conselhos de turma a dar com um pau; reuniões sobre tudo e para quase nada - mas a reunite destacar-se-á; Intervenção preventiva sobre os fatores/preditores de insucesso e abandono escolar = mais grelhas e tabelas e matrizes; Promoção da

ar

o ar que se sente pelos corredores da escola é pesado, denso; não por constrangimentos ou opressões apenas por que o fim está quase e, como se diz por esta minha terra, o rabo é o mais difícil; falta o quase

absentismo

ando a redigir algumas notas sobre este meu ano, passado num contexto diferente; estranhei, claro está, umas coisas melhores, outras nem por isso - como tudo, ou quase; não me integrei nem deixei ser integrado, por tudo o que estranhei; na escrita e nas notas que tomo sobre este ano escrevi assim, ainda há pouco a indiferença não é apenas do aluno, passa e muito também pelos profes pelos profissionais, pela escola, como nos organizamos e como essa estratégia se prolonga por nós e se imiscui em contextos e circunstâncias sociais; o absentismo eleitoral tem explicações profissionais, sociais e organizacionais

abaixo

de quando em vez vou-me abaixo; opto por não escrever aqui, apenas para colocar na gaveta; a dimensão diarista (e pessoal) ganha espaço que não cabe numa dimensão pública, assim, opto pela distância,

o aluno

uma síntese, com destaques do editor, hoje disponível no ComRegras : Na generalidade das situações, as causas apontadas para o insucesso (e que se relacionam estreitamente com os comportamentos) dizem respeito ao que designo como  santa trindade do insucesso, desinteresse, indiferença, alheamento.  Esta triangulação tanto se expressa por disciplinas, como por docentes, tanto pela escola como pela falta de sentidos pessoais. Vai daí não seria interessante criar formas de promoção do sucesso escolar que passassem pela  criação de sentidos e objetivos de vida ao aluno?  Não seria muito mais interessante promover formas e estratégias de apoio ao aluno para que ele consiga perceber e pensar  quais os sentidos da escola, definir objetivos pessoais, agir socialmente em conformidade envolvendo-se com a vida e não apenas com a escola? Relacionar insucesso escolar com conteúdos e práticas disciplinares é escasso em medidas de promoção do sucesso. Bem que se podiam perspetivar e analisar a  al

democracia

já aqui abordei a questão do isolamento docente (ou profissional, por que a docência não tem exclusivos), como abordei a escola que existe que é aquela que nós fizemos e construímos todos os dias; a questão hoje entre isolamento e a escola que temos é perguntar por onde fica e por onde anda a democracia na escola? entendo por democracia a existência de espaços de debate e de circulação de ideias, onde, em face das diferenças e das divergências, o voto da maioria se expressa como vontade democrata; e aqueles sítios onde não existem espaços de participação? é que há sítios onde, para felicidade da maioria (?), não existem reuniões, encontros, espaços de exercício da democracia profissional; a democracia fica-se pela vontade de uns quantos? aplaudimos o tempo disponível sabendo que damos de barato a nossa participação cívica, profissional e social? será que depois nos queixamos? a quem? será que culpamos os políticos da 5 de outubro? porquê? o local esvai-se na sua própri

julgamento

na generalidade - e não quero dizer todos nem restringir a todos - temos por hábito (social e profissional) considerar o outro por aquilo que somos; a bitola para avaliar o outro nas suas diferentes dimensões (sociais e/ou profissionais) decorre em muito do que somos e do que julgamos ser e conhecer de nós mesmos; só podemos avaliar o que conhecemos e como, na generalidade das situações, nos conhecemos melhor que ao outro, consideramo-nos como bitola de comparação; daí não virá mal ao mundo, mas que é claramente idiota não dar os devidos descontos, lá isso é; atão e quando a bitola é claramente inferior ao avaliado? inveja? mesquinhez? estupidez?

outras oportunidades

apesar de ter serviço afeto ao agora designado centro para qualificação e ensino profissional (os antigos centro novas oportunidades), esta é a primeira escrita sobre a coisa; primeiro por que não tem sido fácil perceber e embrenhar-me na coisa e já não gosto de falar (ou de escrever) só por que sim; depois por que onde estou tem estado um grupo maravilhoso que muito tem contribuído para me sentir integrado num espaço e numa casa que não é a minha - e onde uns fazem questão de mostrar isso mesmo - e não quero espantar nada nem ninguém; acresce que tem sido uma descoberta deveras emocionante, para ser algo simplista, uma vez que as realidades com que somos confrontados nos permitem perceber muito do que é o aquele concelho, as suas idiossincrasias sociais e políticas, históricas e culturais, familiares e escolares; (vejam isto , é maravilhoso para perceber o que são as segundas ou outras oportunidades); e para perceber o quanto é importante que alguém - no local, no espaço de

estórias de sala de aula

terminava-se mais uma sessão, faltava pouco para tocar e o pessoal, predominantemente os rapazes, inquietos por saírem mais cedo; oh professor, é pra ir comer, tou cheio da fome; há que aguentar, já falta pouco, responde o professor, mas a inquietação aumenta; no meio do sururu uma aluna vá de apelar, oh professor, deixo-os lá ir comer, é mesmo a única coisa que sabem fazer... sem comentários

um fim - ou a falta dele

terminei o trabalho com um dos grupos de vocacional; deram conta de ser uma coisa que não pensei nem perspetivei inicialmente; ao princípio perguntava(me) o porquê de ali estarem; não aparentavam (vou pelas ideias) ser alunos de vocacional; na generalidade respondiam às propostas, não havia empenho por aí e além, mas eram corretos, nada de confusões, barulhos, indisciplina, longe disso; sinceramente questionava-me sobre o que ali estariam a fazer; progressivamente percebi; nenhum dos alunos (são 20) faz ideia do que por aqui  anda a fazer, pela vida e pelo planeta; nenhum tem ideias, nem claras nem escuras sobre o seu futuro, o que gosta, o que o motiva ou implica, ou o que faz com que saia da cama com vontade e disponibilidade para mais um dia; nenhum aluno tem objetivos de curto, menos ainda de médio prazo e o longo prazo é uma estrela negra nos confins do universo; não são dificuldades de aprendizagem, que não identifiquei na disciplina e na relação que mantivemos,

de vez enquando

também erro nas minhas coisas, naquilo que procuro preparar e adequar mas, de quando em vez, falho e erro; e hoje, por duas vezes, tive de pedir desculpa aos alunos por ter errado; errei no dinâmica de aula, na preparação que tinha feito e organizado; contava que as apresentações durassem os 90' minutos, ou o tempo necessário para se fazer ponto de situação e seguir em frente, assim o tinha planeado; mas não, em duas das turmas a coisa correu realmente bem, sem atropelos, nem contratempos e acabou antes de tempo; bem antes; tive de improvisar, mas nota-se, nota-se logo e não tive outra saída se não dar conta do meu erro de planeamento; há que aprender com os erros e não prejudicar ninguém, pelo menos isso...

encontro

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coisas interessantes, coisas que valem pena para conhecer a nossa profissão cliquem  se estiverem interessados, lá nos encontraremos;

entre uma coisa e outra

a minha contribuição de hoje para o sítio ComRegras talvez seja vista como provocação; talvez por isso mesmo lhe tenha chamado "donald trump e a escola portuguesa", que raio é que uma coisa tem a ver com a outra? pessoalmente prefiro-a como alerta; mais não seja contra o isolacionismo que destaquei mais abaixo e que hoje o senhor volta a dar conta , como se sozinhos pudéssemos tudo, contra todos; do artigo que pode e deve ser lido no sítio dele, retiro a conclusão final, Um e outro têm em comum o facto de afirmarem a “revolução individualista”, isto é, um e outro darem corpo à “(…) erosão das identidades sociais, [a] desafeção ideológica e política, [a] desestabilização acelerada das personalidades”. Um e outro fruto e resultado do desencanto, do desânimo, da indiferença, do deixa andar que logo se vê. Olham o passado como referência, não para avançar, mas para glorificar e, se possível, recuar. Recuar e recuperar o tempo perdido, a glória desfeita, aqueles tem

dúvidas

grassa o descontentamento (será também desapontamento) pelo ministro da educação; será algo novo? haverá alguma pessoa, humanamente criada e socialmente feita que agrade a tudo e a todos os professores? eles são de direita e não agradam, eles são de esquerda e não agradam, eles são do centro e não agradam; mas quem agradará? qual o critério ou os princípios para agradar na educação?

desafios

depois de uma turma que é um desafio, fico assim a modos que... há mais de 15 anos escrevi um pequeno texto sobre a necessidade de criar sentidos ao trabalho escolar; de implementar e desenvolver estratégias que designo de envolvimento, implicação e trabalho do aluno; perante algumas turmas (e alguns alunos) coloca-se como crucial desenvolver sentidos mais do que conteúdos, procurar apoiar pessoas, mais do concretizar metas ou objetivos, definir formas de envolvimento, mais do que estratégias disciplinares; cada vez mais me convenço que as principais estratégias de promoção do sucesso (pelo menos por onde ando ou tenho andado) passam por enfrentar, combater e gerir a falta de sentidos ao trabalho escolar, o desinteresse, a indiferença, o alheamento; e não mais do mesmo, mais português ou matemática, turmas + ou cursos paralelos;

isolamento

escrevi sobre o excesso de presente, escrevo sobre o isolamento a que as escolas e os professores estão sujeitos - as novelas mexicanas que o alexandre destacou em comentário; tenho tido o azar e simultaneamente o privilégio de andar de escola em escola, de um lado para o outro; sempre me permite conhecer outros contextos, outros modos, outras práticas (de organizar o trabalho e as ideias, os professores e os modos de alunos e pais); de há uns tempos a esta parte, fruto da redução de lugares, das agregações, da estabilização dos quadros docentes as escolas têm tido pouca gente a circular entre elas; os passantes traziam ideias, conversa e alertas para modos de um lado e do outro; davam a conhecer outros contextos, integravam novas práticas; bebiam e davam a beber das culturas profissionais; a escola e o trabalho dos professores ganhava; fruto da estabilização do quadro docente, por um lado, como da acentuada diferença etária que se regista entre os do quadro e os passantes (n

excesso de presente

antecipando um pouco o artigo que surgirá no ComRegras da próxima segunda feira (algo provocador, digo eu), pergunto eu aos meus botões; não estará a escola portuguesa marcada excessivamente pelo presente? não estaremos nós (pelo menos os docentes) a desvalorizar, senão mesmo a esquecer, o passado que aqui nos trouxe e o futuro que queremos para os nossos alunos? não estarão as minudecências do quotidianos, sempre imediatas, sempre urgentes, sempre sôfregas a consumir energias e preocupações que deviam ser reservadas à nossa cultura escolar e profissional? não estaremos nós tão embrenhados nos processos e procedimentos administrativos (da direção de turma, dos percursos não regulares, do cumprimento de indicadores, do preenchimento de plataformas, de reuniões disto e para aquilo) a esquecer que o futuro também se desenha, que os sonhos também fazem parte dos nossos alunos, que afinal trabalhamos, os professores, ~em função do futuro e não para o presente? estarei eu equivoc

avaliação

a avaliação é importante em educação - lugares comuns, banalidades e vulgaridades educativas e próprias do eduquês o comprovarão; ninguém o discute; aceite, se não por todos pelo menos por muitos, que a avaliação é um elemento aferidor (das distâncias aos objetivos ou aos conteúdos transmitidos) como regulador das aprendizagens (entre o que se transmite e o que se aprende); a propósito de alguma preocupação que grassa perto de mim; fará sentido, em 2016, discutir a avaliação formativa, sumativa e que tais, como aquando de um dos grandes despachos da avaliação, o despacho 98-A/92? fará sentido discutir a avaliação sem que se discutam métodos, dinâmicas e processos de trabalho? fará sentido conversar sobre avaliação quando não se abordam sentidos de escola ou de escolarização? que sentido fará falar de avaliação sem que sem equacionem estratégias, modalidades e instrumentos de apoio e ou compensação escolar e educativa? ou será que a avaliação continua a ser vista e conside

da indiferença

ainda a propósito da indisciplina; todos, ou quase todos, se preocupam e se sentem atormentados pela crescente conflitualidade e tensão que se sente em sala de aula e na escola; todos, ou quase todos, têm e expressam opiniões sobre o que fazer e como fazer para acabar com a indisciplina; opiniões que veiculam ideias e papéis e objetivos e funções de aluno, de professor, dos pais, das mães, de escola e da relação que existe entre escola e contextos sociais; como se muitas dessas ideias não fossem em si e entre si contraditórias com as dimensões disciplinares que procuram incutir e implementar, porque pressupõem clareza onde existem dúvidas, separação onde se promove a integração, segregação onde se pretende agregação, cumplicidade onde se quer conivência; quase todas as medidas propostas e discutidas parecem assentar em varinhas mágicas, poções maravilhosas, atitudes de determinação e força que acabariam com todo o desinteresse, a indiferença que promove a tensão e desencadeia a

coisas boas

logo pela manhã percebi que existiam diferentes reuniões no decorrer da tarde e que o tema era o mesmo, processos disciplinares; e perguntei, entre sarcasmo e simples paródia, e nenhuma delas é da minha direção de turma? pois não; ao final da manhã aulas com a turma da qual sou o diretor; o pessoal arranja-se pelos seus grupos de trabalho, monta-se o estendal de trabalho (aqueles que trabalham) e depois algum silêncio; um aluno pergunta se eu não queria dizer nada à turma - habitualmente defino objetivos, faço ponto de situação, distribuo uma ou outra tarefa; comecei por dizer que não, não tinha nada a dizer, hoje que era dia de apresentar trabalhos e fazer avaliações; mas rapidamente dei o dito por não dito e dei os parabéns à turma; afinal e desde o início deste período que não éramos os piores em resultados, já tínhamos dois outros grupos/turma atrás de nós em resultados; agora deixamos de ser a turma com mais reuniões disciplinares, até ao momento 4, outros nos ul

policial

quem, de fora, tivesse visto e assistido ao arranque do jornal da uma da rtp de hoje, certamente que ficaria a pensar que somos um países de corruptos, prevaricadores, canalhas trafulhas; a pj esteve presente em três das quatro noticias; é obra ou seremos mesmo isso tudo?

prática cultural

publicado no sítio ComRegras , uma síntese para complementar outros adizeres meus: Entendo currículo, na esteira de J. Pacheco (2011. Currículo: entre teoria e métodos. Cadernos de Pesquisa, 39 (137), pp. 383-400), enquanto “prática cultural”. Isto é, decorrente das diversidades que um dado meio contém e assumindo as opções de selecionar e diferenciar conteúdos, estratégias de ensino e metodologias de avaliação. [perante esta ideia considero como] desafio, o articular um contexto com as suas circunstâncias . Isto é, as soluções terão de passar por uma gestão e articulação delicada (com assumidos contornos de política pedagógica por parte dos diretores e dos professores) entre aquele que é o seu contexto (que eu entendo na triangulação de espaço, tempo e saberes) que são sempre irrepetíveis e contingentes com aquelas que são as suas circunstâncias (aqui entendidas enquanto objetivos, interesses e estratégias dos atores). O contexto  é história, é cultura, é tradição. As circunstânc

adizeres

cheguei um bom bocado antes da hora de ir para a sala de aula; tiro um café e sento-me pela sala de professores; olho em volta, uma mesa redonda com três colegas falam das diatribes das suas turmas de 5º e 6º anos; uns piores que os outros; no outro lado da sala, outros dois colegas conversavam sobre um monte de testes e vá de comentar o desastre que viam, um e outro; e eu no meio, a perguntar aos meus botões, mas afinal o que é isto, o que se passa por esta terra? mas será só por aqui?

a que escola que existe

ontem ao final da tarde fiquei assim a modos que, depois de uma conversa, curta quanto agradável, com uma colega; nós que gostamos de trocar ideias, por vezes acesas, falamos e demos conta, da significativa indiferença, do profundo desinteresse e do quase completo alheamento que grassa pelos ... docentes; a maior parte dos docentes na escola dela não opina, são-lhe retiradas espaços de participação e democracia profissional, mas ninguém se importa, todos ficam cheios de contente por existirem menos reuniões; debate quanto aos rumos da educação diz, é o silêncio, a indiferença, o encolher de ombros; entre ela e eu convenço-me que escrevo e defendo e me bato por uma escola que não existe;

do tédio

na sequência das notícias que os alunos consideram as aulas um tédio , hoje tive oportunidade de explicar a um grupo/turma que também para os professores, algumas turmas são cá uma seca, um tédio... para um professor, fazer o pino não chega perante alguns alunos, tal o desinteresse, a desmotivação, o profundo alheamento a tudo o que o rodeia; por vezes o fosso entre as culturas pessoais e as culturas escolares é tal que se torna quase que inviável atingir, descobrir e promover interesses; saber onde pegar para despertar a curiosidade, para levar ao questionamento é quase como procurar uma agulha num palheiro; aí o grupo torna-se uma seca para o professor, pelo menos para mim...

entre riscos e desafios

ainda a propósito da possibilidade de as escolas implementarem uma percentagem do currículo em termos de autonomia, mobilizando conhecimentos, saberes e práticas locais, uma ideia onde cruzo riscos e desafios; há riscos que aqui dei conta, e destaco a ignorância que grassa em muitas escolas sobre o que é o currículo, que leva a confundir programa e currículo e a ver as disciplinas individualmente consideradas como objetos curriculares; mas tem virtudes a de localmente se escolherem e implementarem propostas que promovam o sucesso, criando e gerindo outros e novos equilíbrios - é assumidamente a continuidade da fórmula antes iniciada da delegação (e partilha pelo ministério) da responsabilidade pelas políticas; afinal, o que é que se pretende? ensinar mais matemática e português, pois são essas as sujeitas a avaliação? dar música ou bailado às crianças, mediante a educação pela arte? promover cultura e aprendizagens locais, mediante o conhecimento da história, do patrimón