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A mostrar mensagens de abril, 2016

Currículo

Perante as notícias , uma observação e uma questão; A observação, que haja entendimento mínimo para que a coisa não ande a mudar de legislatura em legislatura (se forem curtas, então!!!); A ou as questões, de que entendimento(s) de currículo falamos¿ como se  constrói um currículo? Como se avalia? Como se articulam dimensões curriculares locais, com exames ou aferições nacionais e lógicas docentes disciplinares? Considero interessante, quanto desafiante, mas receios as lógicas existentes (individualistas, disciplinares, de quintas e capelas, de alguma ignorância, de falta de diálogo e de espaços de participação escolares e pedagógico, da inexistência de redes ou mesmo de uma dimensão política local); Uma interessante área de estudo e investigação;

segregação

em intervalo grande, rápida quanto fortuita passagem pela sala de profes; dá para vislumbrar culturas e lógicas de escola; dá para insinuar ideias de como as agregações foram promotoras de segregação; afinal, sempre foi assim, cada um para seu lado, cada qual melhor que o outro;

sem título

desde há muito, Eça o escreveu, Camilo o disse e muitos outros o sentiram, quem tem ideias, quem ousa expressar essa coisa que salazar combateu e reprovou chamada opinião, tá feito ao bife é alvo, pato sentado, buraco disto e daquilo simples mesquinhez, mais não é que inveja por não se ter ideia nem opinião, por se valorizar o pastor e o rebanho; por isso uns, que rejeitaram o rebanho, fizeram abril

sucesso municipal

uma ideia a reter; terminou ontem por évora, a ronda nacional entre elementos do ministério da educação e os municípios tendo como ponto essencial, mas não único, o lançamento de projetos de âmbito municipal de promoção do sucesso; algumas notas; o sucesso agora passa a ser municipal; qual o papel da escola? e dos professores? quais as contrapartidas entre as partes, ministério, municípios e escolas? pelo menos por évora não houve a participação de elementos da ainda existente mas algo decadente estrutura regional desconcentrada do ministério da educação, a dgest alentejo; porquê? qual o papel destas estruturas? para acabar? rever? reconverter?

propostas

assim como quem não quer moer muito perguntaram-me, e a todos os outros do departamento, o que tinha a dizer sobre os resultados de 2º período; em termos de síntese respondi assim: perante o que considero tão maus resultados certamente que as causas serão diversificadas e por vezes imbricadas umas nas outras, sem se perceber onde começa ou acaba uma ou outra;  percebo que não queiram culpar os que estão para trás, os tais pré requisitos, mas que estão em falta estão, mas só isso não chega; percebo que queiram dizer que os pais não cumprem as suas obrigações, mas não creio que seja só, mas que, vendo os pais da minha DT que se sentem desamparados e algo desorientados, é verdade;  acredito que uns quantos pensem que os senhores professores precisem de alterar lógicas, dinâmicas e práticas, mas será suficiente? o que faz um ou outro mudar quando um CT tem 12? podemos dizer que as políticas educativas são o que são, mas serão causa plausível para os maus resultados de u

geografia

ouvi há pouco que o senhor ministro da educação ainda não sabe que escolas irão ter, ou não, provas de aferição; estou curioso, muito provavelmente como o senhor ministro, para ver e pelo menos tentar perceber a geografia da realização das provas ; esta geografia diz muito sobre a escola, a ideia de aluno, o papel das políticas, bem como o conjunto destas relações que descambam em sala de aula; fica para memória futura que, em minha opinião, as provas serão predominantemente realizadas no litoral e em cidades (tipo capital de distrito) com pequenas pintalgadas no interior; a ver vamos

perguntas

o público de ontem trouxe um apontamento interessante sobre aquilo que designou de " catedral do tédio "; é a mesma coisa que o médico perguntar ao paciente sobre o que acha que lhe deve ser receitado; mas tábém...

conversa

ele é mesmo só conversa à porta da escola um funcionário e um docente e várias alunas, todos de cigarro não mão, trocavam ideias e argumentos sobre o fumar; os mais velhos diziam que não valia a pena começar, as mais novas retorquíam questionando e porque não deixam de fumar; é mesmo só conversa; cada qual continuou a puxar o fumo do cigarro

segregação

ou a perpetuação das diferenças há dias um qualquer jornal nacional trazia em  primeira página que a grande maioria dos alunos do profissional são negros, pr'aí empurrados; no meu alentejo, em trabalho que desenvolvo, dá para reparar que grande parte (estatisticamente falando) dos alunos que frequentam os cursos vocacionais são filhos de gente humilde, rural, com pais de baixa escolarização e, também na generalidade, de profissões pouco qualificadas; será que a escola perpétua situações, faz com que o  passado esteja sempre presente?

Abril - sempre - Abril

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transcrevo, por que é abril, um apontamento meu publicado hoje no ComRegras ; a escola precisa de ser reinventada e re criada; arriscar e experimentar novas modalidades de apoios, outras estratégias de ação, outros métodos de trabalho, outras formas de organizar [o conjunto escolar e educativo]. torna-se essencial (re) definir o lugar da escola no contexto social, recriando-lhe sentidos e propósitos, redefinindo-lhe objetivos e estratégias, repensando currículo e programas, re equacionando as suas relações com o contexto. Só assim poderemos enfrentar o insucesso, assente esmagadoramente no desinteresse, no alheamento, na indiferença que a escola e o trabalho escolar coloca à generalidade dos alunos.  mas também só assim, redefinindo o lugar e o espaço social da escola poderemos gerir as situações de indisciplina, orientar os comportamentos mais desviantes e procurar, outra vez, como se abril fosse hoje, formar pessoas e não apenas dar cumprimento a indicadores - são im

da prescrição

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aproveito brincadeiras do antigamente que circulam por aí para dar conta, pela imagem, daquilo que que muitas escolas (diretores mas também professores) gostariam de ter nos seus recantos, uma intensa quanto apertada descrição e prescrição do permitido e das consequências da sua fuga; atente-se que não é apenas uma prescrição pública, isto é, não trata apenas daquilo que é permitido, mas também e em particular de como é permitido na descrição (e prescrição) da moda; finalmente e não menos interessante na associação com a escola que temos, o facto da inimputabilidade das crianças, ou seja, não são consideradas coisas do passado que muitos gostariam de rever - obviamente que sob outras formas

surpresa ou talvez não

uma das coisas que me surpreende no quotidiano escolar e educativo é a aparente contradição entre as dimensões emocionais (que desde sempre marcaram as profissões relacionais) e os indicadores de eficácia (das ondas liberais que avassalam os tempos); na escola não consigo perceber por que linhas nos cozemos, se pela emoção se pela razão se pelo indicador de sucesso se pela relação de sala de aula mas cá tento perceber o que não percebo

da municipalização

houve quem atirasse a ideia que toda a educação irá ser entregue aos municípios ; na blogosfera foi o ai jasus - que isto agora nem com a esquerda (da esquerda); nas redes trocaram-se cartões, galhardetes e alguns eufemismos; houve, inclusivamente e eu dei conta, quem trocasse de opinião e posição, antes contra, agora a favor, mas há os de sempre, os que estão sempre contra, aqui a coerência é bem maior e por este meu alentejo? nada? silêncio? será ensurdecedor? municípios coloridos entre ps e pcp e a sua opinião? e a sua posição? o município de évora nada tem a dizer? e o de beja? e vendas novas? e alandroal? continuamos como sempre, há espera - em silêncio ou de vez?

dúvidas

caiu um ministro de peso político; saiu um secretário de estado conhecedor do primeiro ministro, afinal estiveram juntos na vereação da câmara de lisboa; o titular da educação diz larachas, como eu as disse com a idade dele; e tudo continua como se nada fosse impávidos e serenos até à próxima diatribe e nós cá estamos para as apreciar

escrita

quando me sinto mais cansado, como é o caso, fico com toda a vontade de parar esta escrita; afinal tenho sido um saltitão, de sítio em sítio, quase que parece que quero evitar que me sigam, evitar promover qualquer forma de fidelização; quando mais cansado, acabo por escrever e guardar na gaveta (agora digital), escrever apenas para os meus botões - e aí posso dar largas à imaginação, largar ao vento a escrita e dizer o que sinto; depois retomo, continuo a escrever, a dizer de minha justiça e a pensar, será que isto interessa a alguém? será que há muitos ou poucos passantes? que opiniões transmitirei eu? que ideias terão de mim?

processo

recebi há pouco convocatória para reunião de âmbito disciplinar; confusão da grossa; aplicação de pena e adoção de medidas; aluno integrado no decreto lei 3/2008; ganhar-se-á alguma coisa? ficará resolvido para não mais se repetir?

da consciência

da resolução de conselho de ministros hoje publicada dou conta de duas notas minhas: não é o ministério da tutela a orientar e a definir as regras de promoção do sucesso, é o próprio conselho de ministros num sinal claro de alargamento de horizontes e envolvimento de todos num processo que a todos diz respeito; boa, depois e retiro parte do ponto 3 da resolução, quando se afirma a necessidade de «consciencialização de toda a comunidade de que o sucesso escolar é possível para todos os alunos» este é declaradamente um tópico difícil de consensualizar; há ainda muito boa gente que dirá que não, que o sucesso não é para todos, mas para alguns;

coisas para ler

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coisas que valem a pena ; mas, estou certo que muitos dirão que não é na minha disciplina, não é com os alunos que tenho, não é na escola onde ando estou também certo que muitos ficam a pensar: como será possível?

difícil é interessá-los

em tempos houve um livro sobre o governo da educação de marçal grilo que tinha como título, difícil é sentá-los; repesco essa afirmação para dar conta do que sinto sobre o quanto difícil é interessar, envolver e implicar as crianças no seu trabalho escolar e da disciplina; como se ensina quem não quer aprender, como se envolve e implica quem não se quer nem envolver nem implicar, como orientar quem anda totalmente desorientado? é difícil por vezes sinto-me cansado outras triste por que puramente não consigo envolver o aluno...

coisas de agenda

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colabora semanalmente com o sítio ComRegras , vale a pena passar por lá;  de tal forma vale a pena que se está a tornar um caso de sucesso e, por que não, com todas as referências para ser um eventual estudo de caso;  isto por que habitualmente a agenda educativa é ditada e definida por uma de duas entidades,  pelo governo, fruto de iniciativa e mobilização, tipo discussão pública ou puxar à agenda mediática aquilo que será do seu (do governo) interesse;  da imprensa, que por isto ou por aquilo puxam a escola e a educação para a primeira página;  ora o Alexandre, o editor do com regras conseguiu nos tempos mais recentes ser ele a definir e a ditar a agenda da comunicação social e a ser post de muitos e bons blogues;  é obra e vale bem a pena

do antigamente

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à entrada da sede do meu agrupamento alguém teve a feliz ideia de colocar memórias de muito boa gente; a carteira antiga, ligeiramente inclinada (dizem agora, depois de décadas de tampo liso e direito que era essencial para a disgrafia), espaço próprio para os lápis como para a a caneta; não permitia o balancé da cadeira, conjunto agrupado que era o todo; nem espaço para a mala, longe ainda os tempos das mochilas; apenas curto espaço debaixo do tampo para que se colocassem alguns dos cadernos; tenho memória de estar sentado ao lado do Cocas, meu parceiro de carteira ao longo de todo o primeiro ciclo e, de quando em vez, forte ponteirada, para evitar trocar o lápis de mão, eu que tinha tendência de escrever à esquerda; outros tempos, memórias importantes para que o pessoal perceba onde estamos agora...

das turmas

está, como quase sempre esteve, em discussão o número de alunos por turma - aqui um resumo da conversa; como sempre gostei de ir em contra corrente, direi e defendo há muito, que o meu problema não é o número de alunos por turma mas sim e principalmente o número de turmas por professor; nesta perspetiva e eventualmente optando por uma terceira via, sou manifestamente a favor da constituição de turmas em face do contexto (físico e social da escola), do perfil e caraterísticas dos alunos (grupos de origem, dificuldades de aprendizagem, interesses) e da sua flexibilidade, isto é, da capacidade de, em face das caraterísticas e ritmos de aprendizagem e trabalho da turma, se poder reduzir ou mesmo e por que não, aumentar; mas isto tem uma implicação, aquela pela qual há muito pugno, uma outra organização da escola e, muito particularmente, do trabalho docente; equacionar a redução do número de alunos por turma ou de turmas por professor, sem equacionar os princípios, funções e objeti

coisas (nem sempre) óbvias

estive com o grupo que é a minha direção de turma; falámos das avaliações de final de segundo período; mostrei as notas (e o número de níveis 2 por aluno) no 1º e no segundo período, como dei conta das promessas que eles próprios fizeram há exatamente 3 meses atrás, quando, a 4 de janeiro, nesta mesma aula, pedi que me prometesse resultados para o final do período; deixei elogios e parabéns a pelo menos 4 alunos, um por que cumpriu rigorosamente o prometido, outro porque ultrapassou positivamente os resultados, a outros dois porque, apesar do seu contexto e enquadramento social e familiar, mostram que é possível fugir ao destino; elogiei genericamente a turma, pela acentuada descida de níveis 2, para metade daqueles que tinham existido no final do 1º período; dei os parabéns pela alteração significativa dos comportamentos e pelo generalizado reconhecimento positivo agora feito - em claro contraste com a designação atribuída de zona J; e era ver as caras felizes, de reconhec

coisas da avaliação

não percebo qual a representatividade da coisa, mas gostaria de perceber quantos alunos só hoje, primeiro dia de aulas de novo período, vêem as notas de segundo período; não percebo se é indiferença, se falta de tempo para passarem pela escola, se falta de oportunidade de as consultarem on-line, por que o podem fazer, se apenas conhecimento prévio e suficiente da avaliação; o certo é que aos primeiros intervalos é ver os magotes de gente a espreitar as notas; ou será que espreita a nota do vizinho?

coisas do tempo

quando há pouco para falar ou conversar, ou simplesmente para desbloquear conversa, nada melhor que falar do tempo; o tempo, por estas minhas bandas, apareceu a benzer o 3º período; isto é, amanheceu cinzento, chuvoso e algo irritante para um início de novo tempo escolar; não está convidativo para as primeiras abordagens a novo período; resultado, só pode melhorar daqui prá'frente

coisas em forma de passeio

andei a passear por espaços onde escrevi, a ver e rever e reler o que escrevi em tempos diferentes;  e já tenho alguns espaços de escrita, de larachas que deixo aqui e ali;  começou aqui , fui por ali , passei aqui e agora aqui estou;  não consigo criar uma estória, mas há aqui escrita que daria para muito de mim mesmo e sobre mim mesmo;  mas o passeio foi ver e rever o que escrevi nesta mesma altura por outros contextos (de espaço e de tempo e de saberes meus);  e, qual filho meu, gosto quase sempre do que escrevi - valha-me isso

e recomeça-se

imagino que seja algo ainda cedo para assumir que amanhã se recomeça, mas é mesmo verdade, amanhã retomo o normal bulício, turmas de manhã, adultos à tarde; é sempre de reencontro que trata, de colegas e companheiros, casos e situações, rotinas e uma pretensa normalidade suspensa em pouco mais de uma semana; preparei aulas, mas fico sempre com a sensação que devia fazer algo mais; amanhã logo se verá,

coisas da (de)formação

a formação, coisa entre a teoria e a prática, entre o saber e o agir, é fundamental para quase tudo no que diz respeito a uma ação, orientação, sentidos e culturas profissionais; pela formação se definem (e consolidam) modelos da ação profissional, ideias dos papéis (objetivos e estratégias) dos elementos envolvidos, se ganham (ou se perdem) dimensões de flexibilidade e agilização das relações, dos modos e dos modelos de ação; a formação tanto permite pôr uma pessoa a pensar como lhe pode retirar toda a dimensão cognitiva, caso se descai para áreas instrumentais (ou instrumentalizadas), se procurem comprimidos salvíficos de situações ou contextos; este 21º governo tem como uma das suas estratégias, na área educativa, a formação; e bem, os professores bem que precisam de perceber que há muitas e diversificadas maneiras de esfolar a peça, que os processos podem ser diversificados para os mesmos resultados, que os caminhos são muitos para se atingirem os mesmos desideratos; a fo

coisas da tradição

estou (grandemente) certo que caso se pergunte a uma qualquer pessoa se as coisas mudaram muito ou pouco desde, por exemplo, o início do século, só para arranjar uma data redondinha, a grande maioria diria que sim; e diria que sim, que (quase tudo) mudou sem pestanejar, sem perguntar em que áreas, qual a percepção de mudança, quais os critérios dessa ou para essa mudança; pois é, contudo ouvi há dias daquelas coisas que mostram que apesar do que possa parecer, da ideia que cada um de nós pode ter sobre a mudança (e restrinjo-me a dimensões sociais e profissionais), como persistem (e se mantém) pequenas coisas que fazem grandes diferenças (e dão conta da estabilidade, da longa duração); ouvi uma senhora, toda bem posta e com enormes responsabilidades na vida democrática nacional, que um estetoscópio é instrumento de médico e não de enfermeiro; a enfermeira cá de casa não disse, mas estou certo que terá desejado à senhora que quando fosse vista por um enfermeiro que lhe enfiasse