e continuamos a conversar
depois de um manifesto (que não foi uma manifestação) ter juntado tantos e tão diferentes autores da blogosfera educativa, o pessoal gostou e continua junto - pelo menos na escrita;
a ideia é simples, há quem lance um tema a partir do qual se cruzam olhares, estabelecem diálogos, trocam perspetivas; tudo na escrita de cada um e no seu cantinho, dando conta dos outros pontos de vista;
e está lançado o primeiro tema, as férias escolares;
já escrevi algumas coisas (e ainda hoje irão surgir +) sobre o tema que o Alexandre nos propõe, dando origem a comentário que torna visível algumas das ideias que circulam em seu redor - o trabalho dos professores, as funções e missão da escola, a relação com o mercado, entre outros;
a partir do texto (de arranque) do Alexandre há duas ideias que destaco e que considero essenciais;
de um lado, a função social da escola; entre as reconfigurações a que a escola tem sido sujeita uma delas passa pela guarda da criança; queira-se ou não, concorde-se ou não à escola compete uma também missão de guarda; esclareço é que não têm, necessária nem obrigatoriamente, que ser os docentes a assegurar essa guarda; e que ela mesma pode e deve adquirir diferentes contorno consoante a idade; neste contexto, mais que alterar o horário de funcionamento do mundo para que se adapte a dinâmicas, ritmos e interesses da escola, bem que pode ser a escola a adaptar-se ao mundo, recriando formas, processos e lógicas de organização; em parcerias locais, em articulação com dinâmicas inerentes a um contexto - e cada contexto é próprio, específico, individual;
circunstância que me leva à segunda nota de destaque do texto do Alexandre; passa pelo exercício das autonomias locais; mais que diálogos com a tutela, tem de ser o local a deixar-se de retóricas e a assumir o seu caminho, assumindo as suas responsabilidades; esta assunção permitirá, em hipótese, envolver outros parceiros (município, associações, ipss) criando formas de envolvimento e participação que permitam ir além do quero, posso e mando; para isso, torna-se essencial ou criar ou reforçar os espaços de participação e de legitimação local da ação educativa (conselho pedagógico, conselho geral, conselho municipal de educação);
entre a função social que reconheço e atribuo à escola e o exercício das autonomias locais poder-se-ão desenvolver projetos de integração e inclusão social, de formação de públicos, de conhecimento e divulgação de outras realidades, de sensibilização social, de comportamentos;
e digam-me lá se não se podem criar complementaridades e se esta ação não terá entorno escolar?
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