coisas soltas ideias malucas

escrevo aqui por simples prazer de escrever e, dessa forma, partilhar ideias com os outros em silêncio, criando cumplicidades e amizades/animozidades; seja;

hoje de manhã estava com uma das turmas de vocacional na sala de informática para onde me fujo com pretextos de pesquisa ou de organização de informação - há quem faça, há quem simplesmente divague;

o silêncio era significativo, sem ser pesado, o pessoal anda entretido com alguns trabalhos que lhes dei, falámos do antes e do depois de abril (numa das sessões a partir de um dos vídeos da série retratos sociais, de a. barreto), mostrei apontamentos da guerra colonial e as cantigas de abril;

deste conjunto de retratos gostei de ver e de perceber o silêncio e a atenção de uns quantos, os olhares que se lançavam sobre o ecrã branco da projeção; não percebi o por quê de duas das criaturas fecharem os olhos, fingindo dormir - ignorar? criar distância ou indiferença? fingir? ainda não esclareci a coisa;

mas hoje o pessoal pesquisava aqui e ali; olhava para a turma e perguntava aos meus botões, mas afinal o que querem quem são estes rapazes e estas raparigas;

ao contrário do que estava antes habituado, quando trabalhei com percursos curriculares alternativos, a maior parte, se não mesmo todos, ainda se vestia de estudante, utilizava uma mochila, tinha coisas lá dentro, mais não fosse um snack, dei com um que tinha garrafa de cola de litro e meio e buchas para todas as horas do dia e para vários companheiros;

estes não, trajam com vestimentas que cruzam contradições, uma qualquer espécie de meninos da cidade com boné de street, uns fatos de treino para um quotidiano de baladas alentejanas ao ritmo de pretenso rap ou hip hop - mais como contrariedade e despique social e etário que apreciação musical;

fumam e bebem como sempre viram ser e fazer e, por vezes, os amores são feitos de desamores, de contrariedades; são urbanos mas vivem no meio do campo, querem ser prá frentex mas não descolam dos seus contextos, olham em frente e ficam presos nas retenções que tiveram, cumprem destinos sem tino;

cada vez que estou com eles apetece-me escrever assim, sem fio nem pavio, sem ponta nem direção, apenas ao sabor da escrita,

hoje aconteceu por aqui,

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